Não há dúvida de que o Atlético de Madrid, se já não era, tornou-se o terceiro maior clube do futebol espanhol. No entanto, há anos, espera-se que o time vermelho e branco dê um passo adiante.
Confira a classificação da LaLiga
No verão passado, Miguel Ángel Gil Marín e Enrique Cerezo foram a fundo no mercado de transferências e desembolsaram 185 milhões de euros, sem incluir variáveis. Havia a necessidade de reforçar o elenco, especialmente no ataque, após a saída de Álvaro Morata para o Milan, e a diretoria esportiva começou a trabalhar.
Julián Álvarez (75 milhões), Conor Gallagher (42), Robin Le Normand (34,5), Alexander Sorloth (32) e Juan Musso (1,5) chegaram ao Metropolitano. Além disso, Clément Lenglet chegou por empréstimo do Barcelona e Giuliano Simeone e Javi Galán voltaram de empréstimo.
Os gastos do Atleti neste verão representam mais de um terço do que foi gasto em termos globais em toda a LaLiga. Além disso, em nível europeu, apenas Chelsea, Brighton e Manchester United gastaram mais em transferências.
Cinco campeões mundiais
A verdade é que, apesar do período de adaptação obrigatório que todo jogador que chega a um novo clube precisa, o elenco do Atleti é um dos mais completos da história. E o sarrafo foi elevado nas últimas temporadas, especialmente se analisarmos o lado ofensivo da equipe, onde estiveram jogadores como Kun Agüero, Diego Forlán, Radamel Falcao, Diego Costa e o próprio Morata.
O Atlético de Madri é o único clube do planeta que conta atualmente com cinco campeões mundiais em suas fileiras. Quatro deles conquistaram o título com a seleção argentina: Nahuel Molina, Rodrigo De Paul, Ángel Correa e Julián Álvarez. Com a França, Antoine Griezmann, que se tornou um emblema do clube, conseguiu o feito. Na última temporada, ele ultrapassou Luis Aragonés como o maior artilheiro da história do clube. Ele já marcou 185 gols, 172 a mais que o Sábio de Hortaleza.
Com esses atributos, o Atleti deve, no mínimo, lutar pela LaLiga até o fim e ir o mais longe possível na Liga dos Campeões.
No campeonato nacional, após 13 jogos, o Atleti é o terceiro colocado com 26 pontos (sete vitórias, cinco empates e apenas uma derrota para o Betis). Os números, em si, não são negativos, muito pelo contrário. Mas, se olharmos para a classificação, perceberemos que os Rouge et Blanc estão se distanciando do topo, o que gera um certo sentimento de insatisfação.
O Barcelona, no topo da tabela, tem 33 pontos (sete a mais), enquanto o Real Madrid está em segundo, com 27 e um jogo a menos.
Na Liga dos Campeões, a história tem sido uma montanha-russa até agora. Uma virada e vitória nos 90 minutos, com um gol de Josema Giménez, contra o Leipzig na estreia; uma derrota escandalosa em Lisboa contra o Benfica (4 a 0); uma grande decepção depois de perder no Metropolitano contra o Lille (3 a 1) e um ponto alto depois de derrotar o PSG no Parc des Princes, com Angelito Correa marcando nos acréscimos.
Os números dos atacantes
Há uma certa urgência no Atleti para alcançar algo grande, depois de várias temporadas sem lutar pela LaLiga e duas chances perdidas na Liga dos Campeões. Na temporada 2019-2020, após eliminar o Liverpool nas oitavas de final, Los Colchoneros perderam para o Leipzig nas quartas de final em plena pandemia. A outra foi no ano anterior, quando o Borussia Dortmund os eliminou nas semifinais da Liga dos Campeões.
Nesta temporada, o foco está nos atacantes. Griezmann tem três gols na liga e um na Liga dos Campeões. Sorloth tem quatro gols em competições nacionais e nenhum na Europa.
Julián Álvarez, por sua vez, tem quatro gols na LaLiga, dois na Liga dos Campeões e dois na Copa. Correa, teoricamente um substituto, tem dois e um, respectivamente. É preciso exigir mais de todos eles. Ainda há uma longa temporada pela frente e eles terão tempo para provar seu valor na frente do gol.
Incógnitas do futuro
Enquanto a adaptação dos novos jogadores está sendo debatida, também é preciso prestar atenção ao futuro de um dos pontas de lança do clube. Antoine Griezmann, que tem contrato até junho de 2025, pode estar indo para novos horizontes após o verão. Se isso acontecer, os planos de Simeone mudarão drasticamente.
Isso implicaria a implementação de um novo sistema, como aconteceu na temporada 2020/2021. O Atleti teria que optar por uma tática diferente, já que o esquema de jogo não deve girar em torno de um falso 10, reconvertido em um meio-campista e um jogador volátil.
Alguns rumores também falam de uma possível saída do técnico. Nesse caso, uma nova era começaria para os Rojiblancos, mas a ambição permaneceria a mesma. A de finalmente vencer a Liga dos Campeões, sem deixar de lado a luta pelo 12° título da liga.