Na semana passada, promotores ordenaram a detenção de 46 pessoas, entre elas jogadores, presidentes de clubes, comentaristas e um árbitro, por envolvimento em apostas internas nas ligas profissionais da Turquia.
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A agência estatal Anadolu informou que, entre os detidos nessa operação, o jogador do Galatasaray Metehan Baltaci e o jogador do Fenerbahçe Mert Hakan Yandas, além do ex-presidente do Adana Demirspor Murat Sancak, foram formalmente presos.
A dimensão da investigação atual é comparável a outras apurações sobre apostas e manipulação de resultados ocorridas em décadas anteriores na China, Coreia do Sul, Itália e outros países europeus.
"Crimes encobertos"
"Durante anos, os problemas do futebol turco foram varridos para debaixo do tapete. Decisões vergonhosas foram tomadas, crimes desse tipo foram encobertos, e a única responsável pela situação atual é a falta de vontade", afirmou o presidente da Federação Turca de Futebol, Ibrahim Haciosmanoglu, em coletiva de imprensa.
O dirigente indicou que a investigação da federação pode se ampliar assim que receber dados da organização estatal de apostas esportivas Spor Toto sobre observadores de partidas, treinadores, dirigentes e outros envolvidos no futebol.
"Os dados ainda não chegaram. Queremos que o público saiba que tomaremos as medidas cabíveis assim que isso acontecer", disse ele.
Em audiência realizada na segunda-feira (8), Baltaci declarou ao tribunal que fez apostas em algumas partidas quando era jogador das categorias de base, mas que não apostou mais depois de integrar o time principal do Galatasaray, segundo a agência Anadolu.
Yandas, do Fenerbahce, foi citado pelo jornal Sabah dizendo em seu depoimento que nega envolvimento com apostas em jogos. Sancak afirmou ao tribunal que não possui conta de apostas e nunca apostou em partidas, conforme relatou o jornal Cumhuriyet. Representantes dos dois jogadores e do ex-dirigente do clube não foram localizados para comentar o caso.
No mês passado, a federação de futebol da Turquia suspendeu 149 árbitros e assistentes após investigação apontar que oficiais das ligas profissionais estavam apostando em jogos.
O cerco se ampliou com a prisão de oito pessoas, incluindo o presidente de um clube da primeira divisão, e a suspensão de 1.024 jogadores de todas as ligas, que receberam punições impostas pela federação (TFF). A data do julgamento ainda não foi definida.