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Justiça de Trinidad e Tobago rejeita extradição de ex-vice da FIFA aos EUA

Jack Warner fala com a imprensa de seu país
Jack Warner fala com a imprensa de seu paísALVA VIARRUEL / AFP

O trinitino Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa que sofreu um banimento vitalício de atividades relacionadas ao futebol e é acusado de corrupção pela Justiça americana, que busca julgá-lo, não será extraditado aos Estados Unidos, decidiram nesta terça-feira (23) os tribunais de seu país.

Jack Warner esteve no centro do escândalo de corrupção que sacudiu a entidade máxima do futebol mundial em 2015, conhecido como "Fifagate", que levou a prisões por parte do FBI em Zurique, na Suíça, o prelúdio dos processos contra vários dirigentes esportivos, em sua maioria latino-americanos.

"Warner foi colocado em liberdade", declarou a juíza Karen Reid, de Trinidad e Tobago, ao término da audiência, anunciando a suspensão "permanente" do processo de extradição.

O ex-dirigente, de 82 anos, foi liberado mediante uma fiança de 370 mil dólares (R$ 1,96 milhão, na cotação atual).

"Nada pode apagar a dor e a humilhação que senti durante os últimos dez anos, sem mencionar minha prisão", afirmou Warner em uma breve declaração à AFP.

A decisão põe fim a uma saga judicial de dez anos sobre a existência ou não de um acordo de extradição entre os Estados Unidos e o arquipélago caribenho, famoso por suas praias e seu carnaval.

Blatter e Warner em entrevista coletiva na cidade de Seul, Coreia do Sul, em 2007
Blatter e Warner em entrevista coletiva na cidade de Seul, Coreia do Sul, em 2007SEUNG-IL RYU / NurPhoto / NurPhoto via AFP

Warner, ex-integrante do comitê executivo da FIFA, votou a favor de conceder à Rússia e ao Catar o direito de sediar as Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Trinidad e Tobago se classificou uma única vez em sua história para a Copa do Mundo, em 2006, quando Warner era presidente de sua federação de futebol.

Em novembro de 2023, o cartola foi condenado pela Justiça de seu país a pagar mais de 220 mil dólares (R$ 1,16 milhão, na cotação atual) para um empresário trinitino, em um caso no qual Warner havia prometido reembolsar um empréstimo do empresário com uma futura subvenção da FIFA.