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Aberto da Austrália bane bandeiras da Rússia após protesto ucraniano

Torcedor exibe bandeira da Rússia durante partida de Daniil Medvedev na Austrália
Torcedor exibe bandeira da Rússia durante partida de Daniil Medvedev na AustráliaAFP
A Tennis Australia baniu nesta terça-feira (17) as bandeiras da Rússia e da Bielorússia no Aberto da Austrália. A medida vem após o embaixador da Ucrânia exigir reação quando elas fossem vistas no meio do público que acompanha o Grand Slam. Moscou chamou a proibição de "politização inaceitável dos esportes".

As listras vermelhas, brancas e azuis da Rússia foram levantadas pelos torcedores durante o confronto da primeira rodada entre a ucraniana Kateryna Baindl e a russa Kamilla Rakhimova, na segunda-feira (16). Torcedores ucranianos teriam chamado a segurança e a polícia para as arquibancadas.

Uma bandeira russa também foi hasteada na Rod Laver Arena durante o confronto de Daniil Medvedev com o americano Marcos Giron.

"Bandeiras da Rússia e da Bielorrússia estão proibidas no Aberto da Austrália", reforçou a Tennis Australia em um comunicado.

"Nossa política inicial era que os torcedores poderiam trazê-las, mas não poderiam usá-las para causar transtornos. Ontem (segunda), tivemos um incidente em que uma bandeira foi colocada na quadra. A proibição tem efeito imediato. Continuaremos trabalhando com os jogadores e nossos torcedores para garantir o melhor ambiente possível para desfrutar do tênis", explicou a entidade.

Desde a invasão russa da Ucrânia, os jogadores russos e bielorrussos competem com uma bandeira branca neutra, como atletas independentes, como é o caso no Aberto da Austrália.

O embaixador da Ucrânia na Austrália e na Nova Zelândia, Vasyl Myroshnychenko, pediu na segunda-feira (16) que a Tennis Australia executasse medidas.

"Condeno veementemente a exibição pública da bandeira russa durante o jogo da tenista ucraniana Kateryna Baindl no Aberto da Austrália", tuitou. "Peço à Tennis Australia que aplique imediatamente sua política de 'bandeira neutra'."

O diplomata pediu na semana passada que o Aberto da Austrália banisse totalmente os jogadores russos e bielorrussos — Belarus é aliada de Vladimir Putin. Wimbledon seguiu esse caminho no ano passado ao barrar jogadores de ambos os países. A proibição levou o torneio a não valer pontos nos rankings da ATP e da WTA.

Moscou reage à proibição

A embaixada da Rússia na Austrália reagiu à proibição, chamando-a de "outro exemplo de politização inaceitável dos esportes".

"Além de já discriminar os tenistas russos com sua política de 'bandeira neutra', a Tennis Australia agora foi além ao garantir que eles não possam ser visivelmente apoiados por seus fãs", afirmou em comunicado.

"É realmente lamentável ver os organizadores do torneio cederem à manipulação política aberta e bastante arrogante, sacrificando o espírito de jogo justo que já foi inerente ao Aberto da Austrália."