Alcaraz venceu Djokovic, que não perdia na Quadra Central há 10 anos e 9 dias, por 1-6, 7-6 (6), 6-1, 3-6 e 6-4, em 4 horas e 46 minutos de duelo.
Confira os números da final de Wimbledon
O número 1 do mundo se recuperou de um início instável para entregar uma exibição espetacular e ganhar seu segundo Grand Slam da carreira. Ano passado, ele venceu o US Open, aos 19 anos.
Enquanto o sérvio tentava seu quinto título consecutivo em Wimbledon e jogava sua 35ª final de Grand Slam, Carlos Alcaraz disputava apenas sua segunda decisão de major.
O espanhol é também o quarto tenista masculino em atividade a erguer o troféu no All England Club, depois de Djokovic, Rafael Nadal e Andy Murray.
Com a vitória, Alcaraz interrompeu uma sequência de 34 vitórias seguidas do rival em Wimbledon.
Já para Djoko, a derrota o impede momentaneamente de igualar o recorde de oito títulos em Londres de Roger Federer, e também o de 24 conquistas de Grand Slam de Margaret Court.
Uma final para a história
Havia uma expectativa gigante pela decisão entre os dois melhores tenistas do ranking. E a partida não decepcionou.
Heptacampeão em Londres e atual número 2 do mundo, Djokovic teve um início arrasador.
Com o espanhol irreconhecível, e com o sérvio cometendo apenas dois erros no primeiro set inteiro, a parcial foi resolvida em meia hora.
O sérvio foi sensacional no serviço e enfrentou apenas um break point no set. Ele acabou levando a parcial com facilidade.
Mas Alcaraz, com o público claramente a seu favor, buscou forças para voltar para o jogo e quebrou Djoko logo no segundo game da parcial seguinte.
O número 2 do mundo devolveu a quebra no game seguinte, e conseguiu manter o serviço na sequência após salvar um break point que exigiu 29 trocas de bola.
No tie-break, após uma punição por violar o tempo de saque, o sérvio teve o set point em 6-5, mas o espanhol conseguiu virar o desempate e igualar o confronto.
Motivado por sua recuperação, Alcaraz continuou abrindo toda sua caixa de ferramentas e atropelou no set seguinte.
Seu poderoso forehand combinado com toques delicados manteve a pressão sobre Djokovic, que cometeu 18 erros não forçados em uma performance atípica do supercampeão no terceiro set.
Alcaraz abriu uma vantagem de 4-1 após vencer um game eletrizante que demorou 27 minutos e teve 13 deuces para se resolver.
As três quebras de saque sofridas por Djokovic no terceiro set igualaram o total de quebras de todas suas seis partidas anteriores este ano em Wimbledon.
No quarto set, o número 2 do mundo voltou a encaixar com precisão todos os seus golpes e quebrou o saque de Alcaraz duas vezes para deixar tudo igual de novo na final.
No último set, a tensão na Quadra Central só não era maior do que o número de títulos de Djokovic.
O jogo continuou equilibrado, mas com o inquebrável sérvio sentindo o desgaste das 4 horas de duelo.
Alcaraz conseguiu a quebra crucial no terceiro game, fazendo com que Djokovic quebrasse sua raquete de raiva no poste da rede.
Nole passou alguns minutos sacudindo o pulso como consequência, além de ter levado um aviso de violação de conduta.
O espanhol perdeu apenas mais cinco pontos em seu saque a partir daquele momento, e completou assim uma vitória histórica.
Na presença do rei Juan Carlos da Espanha e do príncipe William, da Inglaterra, o mundo do tênis parece ter ganho uma nova majestade.