"A operação de resgate para recuperá-la não teve êxito e foi interrompida na noite de 29 de julho. Foi a vontade expressa e escrita de Laura Dahlmeier que, em um caso como esse, ninguém deveria arriscar sua vida para recuperá-la. Era seu desejo deixar seu corpo para trás na montanha nesse caso", diz a nota publicada nesta quarta.
A escolha também era do interesse dos parentes, "que também solicitam expressamente que os últimos desejos de Laura sejam honrados".
O mundo do esporte temia pela excepcional atleta desde terça-feira. O resgate se mostrou extremamente complicado devido ao terreno. Na manhã de quarta-feira, uma equipe de resgate de quatro homens saiu para recuperar o corpo depois que a busca foi cancelada na noite anterior devido ao anoitecer.
"Foi determinado que o resgate por helicóptero não é possível. As condições na altitude em que ela foi ferida são extremamente desafiadoras", declarou à AFP Areeb Ahmed Mukhtar, uma autoridade local do distrito de Ghanche, onde a montanha de mais de 6 mil metros de altura está localizada.
De acordo com um porta-voz da proteção civil, as condições climáticas na região têm sido "extremamente severas" na última semana.
Dahlmeier: um dos biatletas de mais sucesso
Dahlmeier ganhou o ouro olímpico no sprint e na perseguição em Pyeongchang em 2018 e também conquistou sete títulos do Campeonato Mundial, o que a torna uma das biatletas mais bem-sucedidas da história da competição. A atleta encerrou a carreira profissional ativa no biatlo em 2019, aos 25 anos de idade.
Dahlmeier estreou em 1º de março de 2013 em Oslo e conquistou o primeiro título no Campeonato Mundial em 2015, com a equipe de revezamento alemã em Kontiolahti, Finlândia. Além da dupla vitória olímpica, a atleta ganhou o bronze no evento individual em Pyeongchang em 2018 e garantiu a Copa do Mundo geral na temporada 2016/17.
A alemã venceu um total de 20 corridas da Copa do Mundo na carreira. Além do trabalho como especialista nas Copas do Mundo de biatlo, Dahlmeier se concentrou no montanhismo após a aposentadoria do biatlo. Foi somente em novembro passado que a atleta escalou o cume do Himalaia de Ama Dablam, no Nepal, e estabeleceu um recorde de velocidade.