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CBF determina Cruzeiro x Palmeiras com portões fechados na penúltima rodada do Brasileirão

Atualizada
Cruzeiro não vai ter sua torcida no último jogo como mandante nesta temporada
Cruzeiro não vai ter sua torcida no último jogo como mandante nesta temporadaCruzeiro/Divulgação
A CBF determinou que o duelo entre Cruzeiro e Palmeiras, marcado para a próxima quarta-feira (4), às 21h30, pela 37ª rodada do Brasileirão, seja disputado com portões fechados. A entidade publicou um ofício neste domingo (1°) confirmando a decisão após incidentes envolvendo as torcidas organizadas dos dois clubes.

O documento foi assinado por Júlio Avelar, diretor de competições da CBF, e também por André Mattos, diretor jurídico da entidade. O ofício foi encaminhado às direções de Cruzeiro e Palmeiras e às Federações Mineira e Paulista, além do comando da Polícia Militar de Minas Gerais. 

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"A Diretoria de Competições da CBF, em colaboração com as autoridades públicas locais e para garantir a segurança de todo e qualquer torcedor e cidadão diante dos severos riscos expostos pelo MPMG e PMMG, excepcionalmente, na forma dos regulamentos e da legislação vigente, determina que a partida entre Cruzeiro e Palmeiras, no dia 4 de dezembro, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, válida pelo Campeonato Brasileiro Série A, seja realizada com portões fechados, sem a presença de torcedores de ambas as equipes", divulgou a CBF. 

O Ministério Público de Minas Gerais recomendou que a partida fosse disputada com torcida única, excluindo a presença de palmeirenses no Mineirão. Este também foi um pedido do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões. A situação, no entanto, foi bastante questionada pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, alegando principalmente a reciprocidade, já que o jogo de ida contou com a presença de torcedores do Cruzeiro. 

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Sem uma resolução quanto ao impasse, a CBF definiu que nenhuma das torcidas poderá comparecer na partida. À Rádio Itatiaia, Mateus Simões, vice-governador de Minas Gerais, afirmou que o Estado vai judicializar o caso para que a partida tenha torcida única, recomendando apenas a presença de torcedores cruzeirenses. O Palmeiras afirmou que vai acatar a decisão, mas lamentou a inoperância das autoridades em garantir a segurança do público.  

O duelo é importantíssimo para o Brasileirão. O Palmeiras é o vice-líder do torneio, com 70 pontos, enquanto o Botafogo ocupa a ponta, com 73. O Cruzeiro também briga por uma vaga na Pré-Libertadores da próxima temporada. 

A decisão da CBF vem após os enfrentamentos das torcidas organizadas de Cruzeiro e Palmeiras no último dia 27 de outubro, na rodovião Fernão Dias, em São Paulo. A facção palmeirense Mancha Alvi-Verde organizou uma emboscada ao ônibus da Máfia Azul, organizada celeste. 

Uma briga com cerca de 150 pessoas envolvidas se estabeleceu perto da cidade de Mairiporã. O conflito deixou um homem de 30 anos morto e 17 feridos, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Todas as vítimas eram cruzeirenses. 

Veja abaixo a íntegra do comunicado do Palmeiras sobre a decisão da CBF:

"A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que recebeu, neste domingo (1), ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinando que o jogo de quarta-feira (4) contra o Cruzeiro, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, seja disputado com portões fechados no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

O Palmeiras acatará a decisão da entidade, tomada em favor da isonomia após o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendar a realização da partida com torcida única do Cruzeiro, mas lamenta que as autoridades de segurança pública do referido estado não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio.

É inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia (em um dia no qual nem Palmeiras nem Cruzeiro entraram em campo) acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo.

Não será com medidas paliativas que vamos coibir condutas criminosas; para tanto, além da aplicação de punições severas contra os infratores, faz-se necessário, também, um esforço maior do poder público."