O Flamengo entrou em rota de colisão com os clubes da Libra ao obter uma liminar que bloqueou o repasse de R$ 77 milhões referentes aos direitos de transmissão da Globo. Palmeiras, São Paulo, Santos, Atlético-MG e Red Bull Bragantino divulgaram notas de repúdio contra o Rubro-Negro neste sábado (27).
"A estratégia do clube carioca se revela predatória e torpe, pois busca asfixiar financeiramente as demais instituições que constituem o bloco, algumas delas em situação de dificuldade, a fim de subjugá-las e extrair ainda mais benefícios individuais", disparou o Palmeiras.
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O imbróglio se dá na fatia de 30% das receitas que é dividida conforme a audiência dos jogos de cada clube. O Flamengo não deseja cumprir o acordo firmado pela gestão anterior, de Rodolfo Landim, pois acredita que os valores subestimam seu alcance.
"O objetivo é impedir que o Flamengo sofra prejuízos adicionais em razão do estabelecimento de critérios de divisão de receitas por audiência que não reconhecem o poder gerador de recursos financeiros pelo Flamengo", justificou o Rubro-Negro em nota oficial.
"Existe a previsão no Estatuto da LIBRA de um legítimo direito de veto (que cabe ao Flamengo e a todos os demais clubes), exigindo-se a aprovação unânime do critério de rateio dos valores devidos aos clubes a título de audiência", alega o Fla.
Chuva de notas de repúdio
Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vitória são os clubes da Série A que compõem a Libra. O bloco também conta com Paysandu, Remo e Volta Redonda, da Série B; ABC, Brusque e Guarani, da C; e Sampaio Corrêa, da D.
Os cinco clubes que se manifestaram pregam o crescimento coletivo do futebol brasileiro e criticam a postura individualista da diretoria rubro-negra. "Ou será que o Flamengo acredita que pode jogar competições sem adversários?", questionou o Santos.
"A conduta sorrateira e mesquinha da atual gestão do Flamengo mina a relação de confiança estabelecida entre os Clubes e, por consequência, enfraquece todo o futebol brasileiro", declarou o Atlético-MG.
"A atual gestão do Flamengo parece não compreender que é responsável pelos contratos herdados. Até porque a enorme história do Clube carioca foi construída ao longo dos anos, e não pelos atuais mandatários", afirmou o São Paulo.
Já o Bragantino garantiu que a divisão das receitas "foi acordada previamente de maneira legal entre os clubes" e acrescentou que "mudar a regra no meio do caminho desrespeita todos os esforços feitos, incluindo os da gestão anterior do próprio Flamengo, que assumiu esse compromisso".