A SAF também assumiria toda a dívida do Fluminense, avaliada em R$ 871 milhões no fim de 2024. O valor da dívida no momento da aquisição vai definir a divisão das ações entre LZ Sports e clube associativo. Com o montante atual, a LZ seria dona de 65,8% do Flu. O piso é de 51%; o teto, de 90%.
Sócio da Lazuli Partners, Carlos de Barros lidera um grupo de 40 empresários tricolores por trás da proposta da SAF. Entre eles está o banqueiro André Esteves, do Banco BTG Pactual, além de investidores ligados a companhias como Klabin, Bradesco Seguros, Ambev e Rede D'Or.

"Todos estamos alinhados no propósito de construir uma SAF que, ao mesmo tempo, honre a tradição e garanta competitividade para o Fluminense figurar entre os três melhores times do Brasil", afirmou Carlos de Barros.
A proposta que chegou ao Fluminense nesta segunda-feira é resultado de um processo de três anos e meio, com assessoria financeira do BTG Pactual. Caso os sócios do clube aceitem o projeto, a SAF assumirá o futebol masculino, o futebol feminino, as categorias de base e o futsal.
“Depois de mais de três anos de trabalho, temos a convicção de que o Fluminense está inovando e construindo um modelo único de SAF no Brasil”, declarou o sócio responsável pela área de Fusões e Aquisições do BTG Pactual, Alessandro Farkuh.

Como o Fluminense vai receber os R$ 6,9 bilhões de investimento?
Dos R$ 500 milhões de aporte inicial da LZ Sports no Fluminense, R$ 250 milhões serão no momento da assinatura do acordo. Os outros R$ 250 milhões precisam ser aportados em até dois anos após a instituição da SAF.
O compromisso de R$ 6,4 bilhões em investimentos no Fluminense ao longo de 10 anos inclui R$ 4,7 bilhões em folha salarial e R$ 1,1 bilhão em aquisições de atletas.
O resto se divide em formação de jogadores (R$ 359 milhões), infraestrutura (R$ 84 milhões) e royalties para a associação (R$ 143 milhões).

A ideia da SAF é que grande parte dos R$ 6,4 bilhões investidos em 10 anos parta das receitas do próprio Fluminense.
Caso haja problemas no fluxo de caixa, o fundo da LZ Sports precisa aportar o valor restante para chegar aos R$ 6,4 bilhões previstos na proposta.
Os acionistas da SAF do Fluminense só poderão recolher dividendos após o clube receber os R$ 6,4 bilhões obrigatórios em investimentos.
A proposta da LZ Sports também proíbe a revenda de ações da SAF por um prazo de cinco anos após a assinatura do acordo — a chamada cláusula de lock-up.

Passo a passo da SAF do Fluminense
Os sócios do Fluminense só votarão a proposta da SAF após a eleição presidencial do clube, prevista para o período entre a segunda quinzena de novembro e a primeira de dezembro. Caso o projeto seja aprovado, o processo de conclusão pode se arrastar até fevereiro de 2026.
A apresentação da proposta ao Conselho Deliberativo foi a primeira de nove etapas necessárias para o Fluminense se transformar em SAF.
Até a votação dos sócios, ainda haverá criação de comissões para análise, reuniões para discussão dos termos e due diligence por parte do investidor. Caso a proposta seja aprovada, restarão apenas detalhes burocráticos.


