Um dia após graves denúncias contra o presidente Ednaldo Rodrigues, a FPF publicou uma mensagem de agradecimento à suspensão dos árbitros que garfaram o Sport no jogo contra o Palmeiras.
Mas o tiro saiu pela culatra.
A julgar não só pelo bom senso, mas também pela chuva de comentários, o post acabou soando como um agrado vergonhoso e subserviente.
“A ação (suspensão dos árbitros) demonstra, de forma clara, o compromisso inegociável do presidente Ednaldo Rodrigues com a moralidade do futebol brasileiro”, escreveu a FPF, em meio a um festival de frases "cringe".
A Revista Piauí desta semana acusou Ednaldo de, entre outras atitudes condenáveis, quadruplicar o salário dos presidentes das 27 federações brasileiras – incluindo o da pernambucana.
Segundo a revista, o mandatário da FPF, Evandro Carvalho, passou a ganhar R$215 mil por mês graças a Ednaldo.
Isto sem contar que, em dezembro de 2023, o Poder360 informou que o escritório de advocacia da mulher de Evandro Carvalho, recebia pagamentos mensais de R$35 mil da CBF.

Mesmo com a matéria da Piauí ganhando manchetes Brasil afora, a FPF veio “a público reconhecer e enaltecer a postura do presidente da Confederação Brasileira de Futebol".
A lista de bajulações usadas no textão é inacreditável. Em um mesmo post, ela inclui os termos “firme”, “seriedade” e “independência”, além da maravilhosa frase “isenta, imparcial e, sobretudo, sem qualquer compromisso com o erro”.
“Reafirmamos nossa confiança na gestão do presidente Ednaldo e no trabalho técnico da nova Comissão, certos de que o caminho do rigor, da transparência e da retidão seguirá sendo trilhado", concluiu a nota, que vem com um adendo do Twitter "contextualizando" a bajulação.
Quanto ao problema da arbitragem, a FPF esqueceu de comentar que o chefe da antiga comissão, Wilson Luiz Seneme, apresentou para Ednaldo Rodrigues um projeto de um CT e uma escola para árbitros, no intuito de resolver o crônico problema do futebol brasileiro.
O mandatário da CBF não tirou o projeto de Sememe do papel, e ainda cortou verbas dos treinamentos dos árbitros, alegando "restrições orçamentárias".
À luz das revelações contra Ednaldo, o nível de puxa-saquismo demonstrado pela FPF neste tuíte é revelador.
Faz tanto sentido quanto a reeleição do presidente da CBF com 100% dos votos das federações.
