A polêmica começou com a atuação contestadíssima do árbitro Ramon Abatti Abel no clássico entre São Paulo e Palmeiras. Na vitória por 3 a 2 do Verdão, o Tricolor questiona um pênalti não marcado de Allan sobre Gonzalo Tapia e uma possível expulsão de Andreas Pereira, meia alviverde.
Veja como foi São Paulo 2x3 Palmeiras
As decisões controversas da equipe de arbitragem geraram reações dos rivais. Além de nota oficial do São Paulo, o Flamengo — concorrente do Palmeiras ao título — se manifestou através do seu diretor de futebol, José Boto. Segundo o clube presidido por Leila Pereira, as declarações visam "instaurar o caos".
"A Sociedade Esportiva Palmeiras vê com preocupação a pressão descomunal que alguns clubes têm exercido publicamente, e também nos bastidores do futebol brasileiro, com o intuito de instaurar o caos, beneficiando-se dele para coagir entidades e indivíduos em busca de vantagens futuras e criando narrativas que tentam macular o competente trabalho realizado pela nossa instituição", iniciou o Palmeiras.
"É demasiado cômodo creditar a uma decisão do árbitro – e somente a ela – uma virada épica, conquistada com o gosto do suor e três gols anotados em um intervalo de 19 minutos", seguiu.
O Palmeiras defendeu, inclusive, que houve erros da arbitragem também contra sua equipe no MorumBIS. De acordo com a nota oficial, o meio-campista Bobadilla e o zagueiro Alan Franco deveriam ter sido expulsos.
CBF afasta árbitro e VAR
Ainda na noite de domingo (5), a CBF decidiu afastar os árbitros Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam da Silva. O juiz principal e o responsável pelo VAR serão afastados e receberão treinamento de aperfeiçoamento, segundo nota divulgada pela entidade.

Veja a nota do Palmeiras na íntegra
"A Sociedade Esportiva Palmeiras vê com preocupação a pressão descomunal que alguns clubes têm exercido publicamente, e também nos bastidores do futebol brasileiro, com o intuito de instaurar o caos, beneficiando-se dele para coagir entidades e indivíduos em busca de vantagens futuras e criando narrativas que tentam macular o competente trabalho realizado pela nossa instituição.
É demasiado cômodo creditar a uma decisão do árbitro – e somente a ela – uma virada épica, conquistada com o gosto do suor e três gols anotados em um intervalo de 19 minutos. Até porque também houve marcações da arbitragem desfavoráveis ao Palmeiras, como as não expulsões do meio-campista Bobadilla e do zagueiro Alan Franco, que desferiu uma cotovelada no rosto do atacante Ramón Sosa em um lance sonegado pelo VAR – e ignorado pelos hipócritas da ocasião.
Cabe salientar que, mesmo quando se sente prejudicada, a diretoria do Palmeiras raramente se manifesta em público sobre o tema arbitragem, pois respeita os fóruns de discussão adequados e, acima de tudo, não terceiriza sua responsabilidade nos momentos adversos. Essa postura, por sinal, ajuda a explicar o sucesso que temos obtido ao longo dos últimos anos: olhamos sempre para nós mesmos e trabalhamos sem buscar subterfúgios nem construir desculpas para as nossas derrotas.
O Palmeiras, como se sabe, é amplamente favorável à profissionalização dos árbitros e defende mais investimentos em tecnologia e na formação da categoria, entre outras melhorias. O nosso compromisso com o desenvolvimento do futebol brasileiro está acima de qualquer interesse individual. Por essa razão, aliás, o Palmeiras, entre os candidatos ao título da Série A, será o único clube a atuar durante a atual Data Fifa, mesmo com a equipe extremamente desfalcada em razão de atletas convocados para suas seleções.
Compreendemos que o crescimento coletivo da nossa indústria exige renúncias, espírito de colaboração e o fim do egoísmo que, lamentavelmente, ainda norteia a conduta de dirigentes que ora apelam à gritaria, ora recorrem a acusações sem provas para justificar resultados negativos. Neste sentido, esperamos que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) seja enérgico com aqueles que, de forma irresponsável, lançam suspeitas indevidas sobre pessoas e instituições."