O Peixe venceu o Flamengo por 1 a 0 com um gol do astro Neymar, que dividiu os holofotes com Robinho Jr. Com o número 7 na camisa, o estreante entrou aos 21 minutos do segundo tempo ao lado de Diego Pituca, nas primeiras mudanças do técnico Cléber Xavier. Neymar, 18 minutos depois, marcou o gol.
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"Ele tem qualidade. Eu queria um jogador para jogar um contra um. O jogo exigia isso e tínhamos que fazer isso ou eles nos matariam", disse Xavier em uma coletiva de imprensa sobre a aposta no jovem, que é tão imaginativo e tecnicamente talentoso quanto o pai foi.
O ajuste deu mais liberdade a Neymar. Robinho Jr. havia participado de um amistoso em 10 de julho e deu uma assistência na vitória de 3 a 1 do Santos sobre a Desportiva Ferroviária.
Não é fácil estar em seu lugar
Nascido em 17 de dezembro de 2007, quando o pai jogava no Real Madrid, Robinho Jr. brilhou nas categorias de base do Santos. A cláusula de rescisão do contrato com o clube é de 50 milhões de dólares.
O legado do pai é onipresente, tanto para o bem, pelos grandes momentos que deixou em campo com o Peixe, quanto para o mal, pela pena de nove anos de prisão que cumpre pelo estupro coletivo de uma mulher albanesa em uma discoteca em Milão.
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"Ele tem muito potencial. A semelhança com o pai é muito grande, além do que o pai está passando. O menino tem uma cabeça boa, é muito forte, porque não é fácil estar no lugar dele, com a pressão que o nome dele traz. Ele é um garoto de bom coração", disse Neymar.
Ascensão e queda
Um gênio da bola, com as famosas bicicletas aprendidas nos primeiros dias de futsal, Robinho teve uma ascensão meteórica. O surgimento no Santos, com títulos do Brasileirão em 2002 e 2004 e uma derrota na final da Copa Libertadores em 2003 para o Boca Juniors, de Carlos Bianchi, lhe rendeu o rótulo de “o novo Pelé”.
Assim, chegou ao Real Madrid de “Los Galácticos” para jogar ao lado de lendas como Ronaldo, Zinedine Zidane, David Beckham e Raúl, enquanto ganhava destaque na Seleção Brasileira, com a qual conquistou a Copa América em 2007 e a Copa das Confederações em 2005 e 2009.

O próprio Pelé o chamava, em tom de brincadeira, de “Robinho do Nascimento”, um trocadilho com seu próprio nome.
Apesar de ter vencido duas ligas espanholas com o Real Madrid, um buraco negro engoliu “Los Galácticos” e uma renovação estava chegando com Cristiano Ronaldo como a pedra fundamental. Robinho continuou na Europa com o Manchester City e o Milan, mas o brilho começou a apagar, mesmo com um título italiano.
O ponto final
Um retorno ao Brasil com o Santos e passagens pela China e Turquia completaram uma carreira que terminou em 2020. Em 2014, soube-se que ele estava sendo investigado na Itália pela denúncia que o levou à prisão. O sistema judiciário italiano o considerou culpado em 2017, uma decisão ratificada em 2022.
Desde março de 2024, quando se entregou às autoridades, Robinho está cumprindo pena de prisão em São Paulo, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. O ex-atacante de 41 anos alega que o relacionamento com a jovem era consensual.
“O tempo passa”
Neymar tem boas lembranças de Robinho, que, ao retornar ao Santos em 2009, o apadrinhou quando o Príncipe do Santos era uma criança prodígio. Agora, quer fazer o mesmo com Robinho Jr.
"Eu torço muito por ele. Eu o conheci quando ele era um garotinho e hoje ele joga ao meu lado. O tempo passa", disse o camisa 10.