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Times do Brasil se unem contra projeto de lei para limitar publicidade de apostas

Senador quer limitar publicidade de apostas nas placas de publicidade durante jogos de futebol
Senador quer limitar publicidade de apostas nas placas de publicidade durante jogos de futebolAdriano Fontes/Flamengo
Clubes das quatro divisões do futebol brasileiro se uniram em uma manifestação conjunta na noite dessa terça-feira (27) contra um projeto de lei do senador Carlos Portinho (PL-RJ) que deseja restringir a veiculação de publicidade de operadores e apostas em eventos e entidades esportivas, limitando as aparições a um período de cinco minutos, antes ou depois de a bola rolar. A proposta será votada pela Comissão de Esportes do Senado nesta quarta-feira (28).

Assinaram o manifesto todos os clubes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra), além de 50 outras equipes das Séries A, B, C e D. A justificativa dos time é que tal medida impactaria diretamente na receita das transmissões, com um prejuízo estimado em cerca de R$ 1,6 bilhão

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O temor concentra-se especialmente nos clubes menores, que deixariam de receber um valor fundamental no orçamento. A maioria dessas placas de publicidade carrega patrocínios consideráveis de casas de apostas. 

"As graves perdas financeiras serão bastante expressivas para os grandes clubes. Porém, o que é ainda mais cruel no Substitutivo é que essas novas regras poderão ser definitivas para a sobrevivência de clubes de menor expressão, que igualmente realizam trabalho social importante e carregam a ligação afetiva das suas coletividades nas regiões em que estão sediados", diz o manifesto dos clubes. 

O comunicado chega a apontar que o futebol nacional corre o risco de entrar em colapso financeiro e jurídico caso o Projeto de Lei nº 2.985/23 seja levado adiante e aprovado pelos parlamentares. 

"Vale mencionar que, o colapso financeiro será acompanhado de um colapso jurídico, considerando que um número expressivo dos clubes possui contratos de cessão de espaço de publicidade em placas de estádio com prazo de, no mínimo, 3 anos, que deverão ser renegociados ou rescindidos", acrescenta a publicação das equipes. 

Portinho, por sua vez, reforçou sua preocupação com o vício da população brasileira em apostas, além de cobrar responsabilidade social dos clubes de futebol. 

"O Brasil está vivendo uma pandemia de vício em apostas. Se estão ganhando tudo isso, é porque tem muita gente perdendo. Muitas famílias destruídas. É hora de os clubes assumirem responsabilidade social", disparou o senador.