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Atletas eliminados por manipulação voltam ao futebol após decisão do STJD

Ygor Catatau foi um dos jogadores liberados após decisão do STJD
Ygor Catatau foi um dos jogadores liberados após decisão do STJDRONALD FELIPE / AGIF / AGIF via AFP
Mais de dois anos após serem banidos por envolvimento em esquemas de manipulação de resultados, os jogadores Ygor Catatau (ex-Vasco e Sepahan, do Irã), Gabriel Tota (ex-Juventude e Ypiranga-RS) e Romário (ex-Vila Nova) receberam autorização oficial para retornar aos gramados.

A liberação ocorreu após decisão do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta sexta-feira (5).

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O trio foi inicialmente banido do esporte após ser alvo da Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás. As investigações revelaram participação direta dos atletas em esquemas de apostas, o que resultou em sua eliminação do futebol e aplicação de multas. Romário, inclusive, foi o ponto de partida da operação.

Com a reabilitação, os jogadores estão oficialmente aptos a retomar suas atividades profissionais. A decisão foi tomada após análise dos pedidos de reabilitação apresentados, que comprovaram o cumprimento de todos os critérios legais exigidos: pagamento das penalidades financeiras, demonstração de vínculo profissional e apresentação de documentos que atestam a idoneidade moral dos envolvidos.

Durante o julgamento, realizado na sede do STJD, no Rio de Janeiro, os três atletas estiveram presentes. O subprocurador-geral Eduardo Ximenes, ao analisar os casos, se manifestou favoravelmente à reintegração dos jogadores.

"Não há outro entender a não ser pelo pleno cumprimento dos requisitos e ressaltando a importância da reabilitação dos atletas", afirmou durante a sessão.

Entenda o caso: Operação Penalidade Máxima

A Operação Penalidade Máxima teve início com denúncias de manipulação de resultados em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. Na primeira fase da investigação, oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados e se tornaram réus por envolvimento em fraudes relacionadas a apostas esportivas.

O caso ganhou repercussão após Romário, então volante do Vila Nova, aceitar uma proposta de R$ 150 mil para cometer um pênalti durante a partida contra o Sport. Ele chegou a receber um adiantamento de R$ 10 mil, com promessa de receber o restante após a concretização do ato. No entanto, como acabou não sendo relacionado para o jogo, tentou convencer outros companheiros de equipe a executar o plano — sem sucesso.

A tentativa fracassada veio à tona, e o então presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo — que também é policial militar — iniciou uma apuração interna. Reunindo provas, ele as entregou ao Ministério Público de Goiás, dando origem à operação que posteriormente se expandiu e alcançou dezenas de envolvidos.

Em maio de 2023, a segunda fase da investigação tornou 16 pessoas rés, entre elas sete atletas profissionais.