O brasileiro ornitólogo (pesquisador que estuda aves), que mora na América do Norte há 14 anos, tem o Papão da Curuzu como uma inspiração de vida. Ele teve a ideia de fazer a canção em inglês, usando a presença global do idioma para levar seu amor ao Paysandu pelos quatro cantos, um orgulho para qualquer torcedor.
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A música em inglês pode fazer o clube ser ainda mais conhecido, aproveitando sua história em Belém-PA, que vai sediar em novembro a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
"Uma das características mais marcantes da população de Belém é sua paixão pelo futebol. Achei que alguém precisava explicar isso para os visitantes em inglês. E nenhum clube representa melhor esta característica de Belém do que o Paysandu. O inglês é a primeira ou a segunda língua de muitas pessoas ao redor do mundo. Escrever a música em inglês ajuda a explicar para o mundo o que significa realmente ser torcedor do Paysandu", conta.
Mesmo sem tocar um instrumento, José fez a homenagem, que se transformou na primeira música de sua autoria. Ele gostou tanto da ideia que já se aventurou em outras oito composições neste ano.

"Meu instrumento são as palavras que uso nas letras e as rimas que elas formam. Os sons das palavras precisam se encaixar para facilitar a vida dos meus parceiros músicos, todos multi-instrumentistas. Além disso, eu uso meu ouvido de ornitólogo para dar pitaco nas melodias", revela.
Ao lado dos amigos Joe Colwell e Diego Clavixus, o trabalho ficou pronto. Um vídeo foi lançado, usando imagens cedidas pelo clube, que vai receber gratuitamente de José todos os direitos para explorar a produção.
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"A ideia desde o início foi a de doar todos os direitos da música para o Paysandu, pois esta é uma música em homenagem ao clube e à sua torcida. Ela não pode pertencer somente aos autores, pois a música é baseada na história da paixão de milhares de pessoas de várias gerações. Espero que a direção do clube encontre formas de se beneficiar da música. Fiz minha parte", diz, orgulhoso.
Paixão que transcende gerações
José tem as memórias vivas de quando ia ao estádio e também escutava os jogos do Papão pelo rádio, ao lado do falecido pai, que segue presente em muitos gestos.
"Quando criança, eu ouvia os jogos do Paysandu em um rádio de mesa junto com o meu pai. Foi ele que me levou ao estádio da Curuzu pela primeira vez. Estas são as minhas melhores memórias. O meu pai está presente de forma implícita em toda a letra", lembra.
O trabalho do pai de passar a paixão pelo clube parece ter sido muito bem feito, com esta sendo uma outra busca do professor com a iniciativa musical. "A paixão pelo Paysandu transcende a própria existência do(a) torcedor(a), pois ela é passada para as gerações seguintes, que herdam a responsabilidade de manter a chama do clube viva para a eternidade. Indo para o estádio e ouvindo a história das nossas torcedoras mais antigas, eu percebi que muitas pessoas praticamente vivem para o clube. Este é um sentimento extraordinário. De alguma forma, o Paysandu dá sentido à vida de milhares de pessoas", aponta.
José, além de já ter plantado várias árvores - como bom biólogo -, agora tem uma música, completando uma tríade para poucos, uma vez que já conta com nove livros publicados.
