Vencedor: Troy Parrott
Depois de Robbie Keane, agora é a vez de Troy Parrott. O lendário atacante irlandês se aposentou há muito tempo, e o país vinha buscando alguém para assumir seu papel e levar a seleção de volta à fase final da Copa do Mundo – algo que não acontece desde 2002.
Quando Parrott surgiu nas categorias de base do Tottenham – curiosamente, o mesmo clube onde Robbie Keane fez história – parecia destinado a ser esse sucessor. Mas o rumo da carreira, agora aos 23 anos, adiou um sonho que finalmente começa a se tornar realidade.

Curiosamente, o atacante do AZ Alkmaar vinha sendo reserva de Evan Ferguson, mas uma lesão tirou o jogador da Roma dos jogos decisivos e mudou o rumo da história do futebol irlandês.
Em uma semana inesquecível, Troy Parrott marcou os dois gols na histórica vitória por 2 a 0 sobre Portugal e saiu de campo aplaudido de pé. Se ainda havia dúvidas sobre o atacante nascido em Dublin, o jogo contra a Hungria mudou tudo.
Um hat-trick dramático na épica vitória por 3 a 2 sobre a Hungria, já nos acréscimos, fez o país inteiro comemorar. Parrott agora soma 10 gols pela Irlanda – metade deles só nos últimos dias.
Perdedor: Cristiano Ronaldo
Enquanto a semana de Parrott entrou para a história pelos motivos certos, a de Cristiano Ronaldo foi o oposto.
O capitão de Portugal está acostumado a ser notícia por suas conquistas, mas ficou fora do último jogo das Eliminatórias contra a Armênia após ser expulso diante da República da Irlanda, com Portugal já perdendo por 2 a 0.
Apesar das explicações do técnico de Portugal após a partida e do recurso que a FPF pretende apresentar à FIFA, pouco pode justificar Ronaldo, que estará com 41 anos na Copa do Mundo, mas teve um momento que lembrou seus tempos de juventude.
Pelo lado positivo, foi a primeira vez que ele foi expulso em 226 jogos por Portugal – e, afinal, é Cristiano Ronaldo.
Vencedor: Kosovo
Voltando aos contos de fadas, é preciso destacar Kosovo. Fora da Europa, histórias como Cabo Verde ou Curaçao já ganharam destaque, mas a seleção de Kosovo segue firme na busca por um lugar na Copa do Mundo de 2026.
No sorteio, Kosovo era visto como azarão no Grupo B, principalmente pelo poder ofensivo de times como Eslovênia (Sesko) e Suécia (Gyokeres e Isak). Mas esta campanha mostrou que o futebol europeu ainda reserva belas surpresas.

Apesar da goleada sofrida pela Suíça por 4 a 0 na estreia, Kosovo – ainda não reconhecido por países como Sérvia, Rússia, China e Brasil – aproveitou a fragilidade dos adversários. Com cinco gols marcados e 10 pontos em cinco jogos, garantiu vaga nos playoffs com uma rodada de antecedência ao vencer a Eslovênia por 2 a 0.
Matematicamente, ainda é possível terminar em primeiro, mas seria preciso vencer a Suíça por seis gols de diferença. Sonhar não custa nada, mas talvez seja hora de focar nos playoffs. De qualquer forma, o que já conquistaram é impressionante.
Perdedora: Suécia
Nesta história de heróis e vilões, a Suécia não poderia ficar de fora. Graham Potter chegou para substituir Jon Dahl Tomasson pensando nos playoffs da Copa do Mundo de 2026 – vaga que os suecos só garantiram graças a... Jon Dahl Tomasson.
O time nórdico vinha de uma campanha promissora na Nations League, mas as eliminatórias foram um pesadelo, e só uma vitória na última rodada pode evitar que terminem sem nenhum triunfo.

As disputas de pré-temporada de Gyokeres e Isak em seus clubes afetaram negativamente o time, e a má campanha dos dois atacantes foi sentida por todos – apenas três gols em cinco jogos das eliminatórias.
Chegar à Copa do Mundo de 2026 ainda é possível, mas se jogarem como na derrota por 4a 1 para a Suíça, é hora de repensar o que a seleção sueca pode realmente alcançar nos Estados Unidos...
Vencedor: Erling Haaland
Após uma temporada abaixo das expectativas pelo Manchester City – na qual marcou apenas 22 gols na Premier League – Erling Haaland começou o novo ciclo com tudo, tanto pelo clube quanto pela seleção.
Em um grupo teoricamente mais fácil, ele aproveitou as duas primeiras rodadas em março, balançando as redes contra Moldávia e Itália. Em junho, fez mais dois contra os italianos e outro diante da Estônia, colocando a Noruega no caminho para voltar à fase final pela primeira vez desde 1998.
Com as energias renovadas para a nova temporada, marcou cinco gols e deu duas assistências na goleada por 11 a 1 sobre a Moldávia em setembro, e fez um hat-trick contra Israel em outubro. Nesta reta decisiva, Haaland ensinou a Noruega a esquecer a calculadora, marcando duas vezes contra a Estônia antes de balançar as redes duas vezes em dois minutos para virar o jogo contra a Itália e garantir a vitória por 4 a 1 que surpreendeu Milão.
Com 16 gols em apenas oito jogos das Eliminatórias, Haaland parece pronto para ser a máquina imparável que vai agitar o palco mundial em julho de 2026, depois de 55 gols em 48 partidas pela seleção. Uma máquina de gols aos 25 anos.
Perdedora: Hungria
A Hungria foi mais uma seleção que decepcionou nesta campanha, deixando escapar um objetivo que parecia possível em determinado momento.
Não estará na Copa do Mundo de 2026, apesar de chegar à última rodada com chances matemáticas de classificação direta para a fase final.
Claro que a vitória da Irlanda sobre Portugal não estava nos planos de Szoboszlai e companhia, mas a derrota em casa para os irlandeses acabou com as esperanças de playoff. O placar de 90+5’ seria suficiente para garantir a vaga pela rota alternativa, mas uma distração custou caro.
A Hungria vai assistir à Copa do Mundo pela TV mais uma vez – algo já comum para eles. Os magiares não chegam à fase final desde 1986.
Vencedor: Aurelien Deniel
Não poderíamos terminar sem destacar Aurelien Deniel, goleiro do AG Plouvorn da Regional 1 da França (sexta divisão), que virou herói na Copa da França de uma forma rara para quem joga na sua posição.
Com o time perdendo, Aurelien foi autorizado a ir para a área adversária e, com uma bicicleta, empatou o jogo aos 48 do segundo tempo, levando a decisão para os pênaltis. Lá, o Plouvorn eliminou o Vitre, equipe de divisão superior, vencendo por 4 a 3 graças à atuação heroica (e acrobática) do seu goleiro.
Perdedora: Itália
O sucesso italiano nesta janela internacional já era uma missão difícil. A vitória suada sobre a Moldávia manteve viva a esperança do time de Gattuso, mas para se classificar diretamente precisaria vencer a Noruega, ainda invicta, por nove gols de diferença.
Matematicamente possível, mas na prática... nem nos sonhos mais otimistas. Seria necessário marcar a cada 10 minutos, e o jogo até começou nesse ritmo: Francesco Esposito abriu o placar aos 11 minutos, mas o ímpeto diminuiu e a Noruega empatou aos 63.
O doblete relâmpago de Haaland acabou com o ânimo italiano, e o gol de Jorgen Strand Larsen nos acréscimos selou a humilhante derrota por 4 a 1 – a pior em casa em 40 anos.
A Itália precisa mostrar algo diferente na repescagem para não ficar fora da fase final da Copa do Mundo pela terceira vez seguida. Nas duas últimas edições, foi eliminada nos playoffs pela Suécia (2018) e pela Macedônia do Norte (2022).
