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Veja números por trás da derrota do Manchester United para time da 4ª divisão inglesa

Manchester United mostrou-se abatido após a derrota para o Grimsby Town
Manchester United mostrou-se abatido após a derrota para o Grimsby TownPaul Currie / Shutterstock Editorial / Profimedia

Quando você achava que as coisas não poderiam piorar para o Manchester United, o Grimsby Town, da 4ª divisão inglesa, proporcionou uma das maiores zebras na história da Copa da Liga.

Não vamos nos iludir, os Red Devils podem não estar nem perto dos times que ganhavam troféus e títulos na era Ferguson, mas o United ainda é um dos maiores clubes do futebol mundial. Com três chutes nos 12 minutos iniciais no Blundell Park, o United começou bem o jogo, embora nenhuma das tentativas tenha acertado o alvo.

Veja os destaques de Grimsby 2 x 2 Manchester United

Uma torcida barulhenta incentivou os Mariners, talvez sentindo que aquele era o melhor momento possível para enfrentar uma equipe da Premier League. Quando Charles Vernam colocou o Grimsby à frente aos 21 minutos, veio o sopro de esperança de uma histórica classificação. 

O fato de apenas um desarme ter acontecido por um defensor do United - Harry Maguire - até aquele momento, deveria ter sido um sinal claro de que havia algo errado. Os dois desarmes de Tyler Fredricson, ambos perdidos, foram as únicas outras tentativas feitas pelos defensores do United no jogo.

Como se isso não fosse uma estatística suficientemente condenatória, a equipe conseguiu apenas nove desarmes durante todo o jogo, sendo que as duas tentativas de Bruno Fernandes e Fredricson foram as mais frequentes. O fato do Grimsby ter conseguido 19, em comparação, deveria envergonhar qualquer um que estivesse vestindo a camisa do United.

Problemas de Onana continuam

Amad Diallo logo acertou um dos dois chutes no alvo, e Benjamin Sesko também tentou a sorte, ambos sem sucesso, antes de Vernam abrir o placar. O cruzamento do ponta fez com que o goleiro Andre Onana, que estava em baixa, fosse no segundo andar, permitindo que Tyrell Warren, ex-base do United, empolgasse a torcida com o segundo do Grimsby antes da meia hora.

Dois gols em três chutes no alvo deveriam ter sido mais um alerta para os visitantes e, para crédito de Ruben Amorim, o português reorganizou a equipe para garantir que os anfitriões tivessem apenas mais um chute no alvo no resto da partida.

O que é desagradável para o técnico é que, durante o período em que os dois gols do Grimsby foram marcados, era o United que tinha 66,7% de posse de bola, tornando ainda mais evidente a falta de objetivo ofensivo.

Sesko fez de tudo, menos marcar

O terceiro chute a gol de Sesko, logo após o United ter ficado em desvantagem de dois gols, pelo menos mostrou que o jogador estava posicionado corretamente. Se o esloveno tivesse chutado mais, o resultado poderia ter sido diferente.

Mas é preciso dar uma folga ao atacante, já que ainda está se acostumando com os companheiros de equipe e com o sistema de Amorim. O primeiro tempo terminou com mais quatro chutes a gol do United. 

Com todos os jogadores, com exceção de Sesko, apresentando uma precisão de pelo menos 80% ou mais nos passes, o United ganhou ritmo de jogo nos primeiros minutos do segundo tempo, em parte devido às três substituições.

Finalização de Mbeumo deu esperança 

No entanto, um jogo mais físico dos anfitriões, como era de se esperar de um time da League Two (com todo o respeito), estava tirando os visitantes do sério.

Na marca de uma hora, o pêndulo havia oscilado totalmente a favor do United. O time teve 73% da posse de bola nos 15 minutos que se seguiram ao intervalo e conseguiu mais cinco chutes de Fernandes, Matheus Cunha, Amad, Bryan Mbeumo e Ayden Heaven. Mbeumo finalmente deu esperança ao United ao descontar aos 29 minutos do segundo tempo.

United em vantagem na maioria dos aspectos

No final da partida, o time teve 28 chutes a gol, quatro dos quais só nos acréscimos, com nove no alvo, sendo um deles a cabeçada de Maguire aos 49 minutos, que rendeu o empate e parecia ter salvado o jogo para o United e a pele de Amorim.

Os 70,3% de posse de bola e 457 passes precisos, em comparação com apenas 145 do Grimsby, poderiam dar um tom positivo às coisas do ponto de vista do United antes da disputa de pênaltis.

Na verdade, as únicas áreas em que o time da Premier League foi o pior em todo o jogo foram as tentativas de desarmes mencionadas e os desarmes ganhos (cinco contra 14 do Grimsby).

Roy Keane, ex-capitão do United e que se tornou comentarista, sempre lamentou a falta de esforço em termos dos aspectos físicos nas últimas apresentações dos Red Devils. Portanto, embora o United tenha sido muito superior em todos os outros aspectos, isso provavelmente será esquecido após uma derrota tão sísmica.

Cunha e Mbeumo desperdiçaram pênaltis

O Grimsby perdeu um de seus cinco pênaltis, quando Onana compensou um erro anterior ao defender com firmeza a cobrança de Clarke Oduor, deixando Cunha com a simples tarefa de marcar o quinto pênalti do United para garantir a classificação.

A mais fácil das cobranças, defendida por Christy Pym, levou o empate à morte súbita, e quando Mbeumo, também recém-contratado, acertou o travessão com seu segundo pênalti, tudo estava acabado. O United estava eliminado.

Será que Amorim insinuou sua própria saída?

Os comentários de Amorim após o jogo sugeriram uma clara desconexão entre o técnico e os jogadores, e só se pode especular, a essa altura, que o técnico chegou ao seu limite. 

Apesar dos aspectos positivos que podem ser tirados da partida, a credibilidade do português está em pedaços e, se decidir sair antes ou durante a Data FIFA, Sir Jim Ratcliffe e companhia voltarão à prancheta no chamado "Teatro dos Sonhos".

Jason Pettigrove é articulista do Flashscore
Jason Pettigrove é articulista do FlashscoreFlashscore