Nos dois casos, a imprensa do país pentacampeão mundial chegou a apontar que os clubes do Brasil "amassaram" as equipes do Velho Continente. A distância entre os adversários, separados por um abismo financeiro evidente, estaria de fato tão pequena?
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O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, foi enfático na resposta a esta pergunta. Com condições de trabalho, gramados bons e estrutura, a diferença é, sim, mínima

"A sensação que o europeu tem é que o futebol brasileiro é lento, que se joga devagar. Mas há justificativas: calendário congestionado, gramados ruins, pouco tempo de recuperação. Já fizemos três jogos seguidos com dois dias de intervalo. Só no Brasil isso acontece".
"Mas eu nunca vi uma equipe brasileira que, tendo tempo para se preparar, não colocasse intensidade nos jogos. Isso é um desafio que temos, principalmente para quem organiza. Podemos melhorar, sim. Não vi nenhuma equipe brasileira que não tenha tido intensidade nos jogos", declarou o comandante português na véspera do duelo com o Al-Ahly, pela segunda rodada do Grupo A da Copa do Mundo de Clubes.
"Se nos dão condições de trabalho, se as equipes descansam e os gramados são bons, os jogos se tornam dinâmicos. Aquela imagem vai por água abaixo. A diferença é mínima, vamos competir. Não há jogos fáceis", acrescentou.

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Desculpa dos europeus para justificar performance abaixo?
Há quem diga que os europeus não estão vindo para o torneio em sua melhor forma — ou que nem gostariam, de fato, de estar nesta competição. Em condições normais, este já seria um período de férias após uma temporada longa.
Mas Abel não apoia este argumento, recordando especialmente que os clubes do Brasil vão à disputa da hoje Copa Intercontinental após terem jogado mais de 70 partidas em um ano — como aconteceu com o Botafogo no ano passado e o próprio Palmeiras em 2022.
"A questão física é tudo mentira porque quando jogamos o Mundial (Intercontinental) vamos com mais de 70 jogos. Isso é desculpa", opinou Abel Ferreira.

Após a partida contra o Fluminense, o mais Pascal Groß, do Borussia Dortmund, também refutou este discurso, enaltecendo a qualidade da equipe brasileira.
"Não sou um cara de dar desculpas. Eles fizeram uma grande partida e já sabíamos da qualidade da liga brasileira. Nós não fizemos um grande jogo e precisamos melhorar em vários aspectos para buscar a classificação para a próxima fase", destacou o jogador.
Um discurso parecido com com o de Nathan Aké, após vitória do City sobre o Wydad, do Marrocos, por 2 a 0, nessa última quarta-feira (18), quando questionado sobre a morosidade da equipe no confronto de estreia do torneio intercontinental.
"Estamos levando esse torneio a sério. Isso aqui não é uma pré-temporada. Para nós, é como se fosse o início de uma nova temporada. Falta ainda encaixe aos reforços, é preciso ter paciência. Mas, definitivamente, não estamos aqui a passeio. Estamos jogando a sério", reforçou o zagueiro do time inglês.

Sem amasso, mas o Brasil está chegando
Ouvido pela reportagem do Flashscore, o jornalista Alex Escobar, da TV Globo, refutou a palavra "amasso" para caracterizar o desempenho dos times brasileiros sobre os europeus. Mas ele ressaltou que a superioridade dos times brasileiros foi evidente.
"Acho que amasso é uma palavra forte. O que teve foi uma superioridade, tanto Palmeiras quanto Fluminense jogaram melhor. Acho curioso os europeus utilizarem o discurso do cansaço porque estão no final de temporada. Isso tira o mérito deles mesmo nos últimos dias, de sei lá, não sei quantos anos, que eles vêm vencendo direto porque estão no meio de temporada e nós estamos no final. Então por isso que a gente não ganhava, né? A explicação não é tão simples assim", opinou Escobar.

Para o jornalista, o que de fato ficou provado, é que talvez a disparidade não seja assim tão grande. Na verdade, o Brasil, para Escobar, está chegando.
"Eu acho que quando você tem algo no topo, esse alguém é um exemplo. Você trabalha para chegar lá também e talvez os clubes brasileiros estão chegando, diminuindo o abismo que existia, essa diferença", seguiu.
"Claro que existe o componente físico, como existia nos outros Mundiais também, mas eu acho que isso também justifica que estamos chegando perto deles e algumas partidas dessa primeira rodada, nós estamos jogando mais, estamos jogando melhor", concluiu.

O Brasil não vence um adversário europeu em Mundiais de Clubes desde 2012, quando o Corinthians derrotou o Chelsea na final intercontinental. Na segunda rodada da fase de grupos do Mundial, dois clubes do país entrarão em ação contra oponentes do velho continente.
O Botafogo, atual campeão da Libertadores, encara o PSG nesta quinta-feira (19), às 22h (de Brasília), no Rose Bowl, enquanto o Flamengo joga contra o Chelsea nesta sexta-feira (20), às 15h (de Brasília), no Lincoln Financial Field.
A impressão que se dá é que os brasileiros, frente a adversáriros europeus que estão, neste momento, na prateleira do meia, são capazes impor inúmeras dificuldades. Mas os dois próximos desafios, de fato, colocarão à prova as teorias sobre esta disparidade.
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