Fizemos esse questionamento a jornalistas do nosso site nos países das cinco grandes ligas da Europa: Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França.
Confira a tabela da Copa do Mundo de Clubes
O quinteto possui nove representantes no Mundial, entre eles o atual vencedor da Liga dos Campeões, Paris Saint-Germain, e gigantes como Real Madrid, Manchester City, Inter de Milão e Bayern de Munique.
A motivação financeira para os times é um consenso entre os editores europeus. Para os espanhóis, porém, a Copa do Mundo de Clubes parece ter um peso a mais, sobretudo pela tradição do Real Madrid no torneio.
Os jornalistas do Velho Continente também destacam que o Mundial pode ser um fardo para os jogadores, dado o desgaste pela temporada recém-terminada.
Do lado dos torcedores, o torneio da FIFA deve passar longe da mobilização causada pela Liga dos Campeões ou pelos campeonatos nacionais.
Confira abaixo um resumo da situação em cada um dos cinco países.
Manchester City e Chelsea (Inglaterra)
Editor do Flashscore no Reino Unido, Anthony Paphitis destaca o prêmio em dinheiro como grande motivação para Manchester City e Chelsea na Copa do Mundo de Clubes. A falta de títulos do City na última temporada, porém, pode ser um fator a mais para o time de Pep Guardiola buscar o troféu.
"Os treinadores vão querer tratar a competição com seriedade, mas eu não ficaria surpreso de vê-los fazendo alguns testes. Eles não terão muito tempo para buscar novas contratações ou testar novos sistemas, então essa é praticamente a única oportunidade para fazer isso", afirma Paphitis.
"Os jogadores, como profissionais, vão tratar o torneio com seriedade e sempre irão jogar para ganhar. Ao mesmo tempo, pode ser um desafio motivar alguns deles, já que o torneio ocorre em um período do ano no qual deveriam se desligar do futebol", diz o jornalista inglês.
Paphitis acrescenta que os torcedores de City e Chelsea estarão ligados no Mundial, apesar do desafio do fuso horário. "Mas não acho que haja interesse para torcedores neutros", acrescenta.
Real Madrid e Atlético de Madrid (Espanha)
"As expectativas são altas para os dois clubes espanhóis. E os torcedores não tratam a Copa do Mundo de Clubes como uma pré-temporada. É uma oportunidade de conquistar mais um título internacional", explica Rafael Gómez, editor do Flashscore na Espanha.
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"De um lado, o Real Madrid quer começar a era Xabi Alonso com o pé direito. As contratações de Huijsen e Alexander-Arnold antes do torneio mostram o compromisso merengue com a competição. Do outro, o Atlético espera dar uma prova de sua força e mostrar que a era Simeone ainda produz esperança", acrescenta.
Inter de Milão e Juventus (Itália)
"A importância que Juve e Inter estão dando a esta competição é basicamente guiada pelo dinheiro", admite Antonio Moschella, editor do Flashscore na Itália. "Além disso, esse torneio atrapalha o planejamento da pré-temporada, com alguns jogadores já exaustos."
"Os dirigentes estão muito mais engajados do que os jogadores. Especialmente na primeira fase, em que apenas River Plate e Manchester City parecem rivais estimulantes (para Inter e Juventus)", explica Moschella.
Apesar do peso no calendário, o jornalista italiano ressalta que a Copa do Mundo de Clubes surge como uma oportunidade "perfeita" para o novo técnico da Inter de Milão, Cristian Chivu, mostrar do que é capaz.
Moschella também não vê o Mundial atraindo grande interesse das torcidas na Itália. "Mas claro que os torcedores da Juve e da Inter nos EUA estão felizes", afirma.
Bayern de Munique e Borussia Dortmund (Alemanha)
O CEO do Bayern, Jan-Christian Dreesen, e o do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, mostraram entusiasmo com a Copa do Mundo de Clubes. Watzke chegou a comparar o evento com a primeira Copa do Mundo de seleções, em 1930.
"Os dirigentes dos clubes elogiam, como era esperado, pois veem as oportunidades financeiras. Os jogadores não gostam. Provavelmente estão sendo pressionados pelos clubes a não dizer nada negativo. Mas também não acho que vejam isso como um grande problema", analisa Heik Kölsch, editor do Flashscore alemão.
"Para os torcedores, provavelmente é parecido. Eles vão assistir, mas ninguém vai ficar triste como na Champions ou na Bundesliga se o time perder", reconhece.
PSG (França)
O título recente da Liga dos Campeões, inédito, faz o Paris Saint-Germain chegar à Copa do Mundo de Clubes como um dos grandes favoritos. A conquista europeia é uma motivação a mais ou um estímulo a menos para o time de Luis Enrique? Quem responde é François Miguel Boudet, editor francês do Flashscore.
"É hora de o PSG expandir sua influência e mostrar que aquilo foi só o começo, e não sorte. O PSG já é líder em marketing e merchandising, e agora também quer sê-lo em campo. Não há um grande hype em torno do torneio na França, mas o PSG com certeza quer vencer. Não apenas como time, mas também para fortalecer a posição de Ousmane Dembélé na Bola de Ouro", explica.
"Quanto aos torcedores, na França é assim: só começa a ficar importante a partir das quartas de final", acrescenta.
O PSG será o segundo adversário do Botafogo no Mundial, na próxima quinta-feira (19). O duelo, porém, não é muito atraente para o público francês, pois vai ocorrer de madrugada no horário local.
"Na França, o Botafogo é associado a John Textor e a transferências estranhas para ajudar o Lyon. Além disso, o jogo será às 3h da manhã, enquanto a partida contra o Atlético de Madrid terá grande visibilidade, às 21h", conta Boudet.
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