A proposta de vencer por uma diferença de dois dígitos não era tão absurda quanto soa porque a Noruega está em uma posição favorável justamente porque goleou a Moldávia por 16 a 1 no agregado dos dois confrontos pelas Eliminatórias da Europa, com direito a 11 a 1 em Oslo.
Confira a classificação completa das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo
A Itália tem chances quase nulas de se classificar diretamente à Copa na prática porque parou em 4 a 0 nos dois jogos contra o mesmo adversário, além de ter perdido o primeiro confronto direto com os noruegueses. Se vencer o segundo no próximo domingo (16) em San Siro, igualaria os seus 21 pontos, mas a diferença de saldo de gols (17) é realisticamente insuperável.
A vaga na repescagem já estava garantida porque Israel pode chegar no máximo a 12 pontos, quando receber a Moldávia, lanterna do grupo com um único ponto, também no próximo domingo.
Itália domina, mas não ameaça
O técnico italiano, Gennaro Gattuso, escalou o time mais ofensivo que achou prudente. Abriu mão da formação com três zagueiros e entrou em um 4-2-3-1, com Riccardo Orsolini e Mattia Zaccagni pelos lados e Giacomo Raspadori encostando no centroavante Gianluca Scamacca.
Curiosamente, o artilheiro do seu trabalho à frente da seleção, Mateo Retegui, do Al-Qadsiah, ficou no banco de reservas. Ele havia marcado cinco vezes e dado três assistências em quatro jogos sob o comando de Gattuso.
A Itália começou a partida como um time que não acreditava que conseguiria golear por dois dígitos. Teve total controle territorial do primeiro tempo, com mais de 80% de posse de bola, mas mal conseguiu passar de 10 finalizações e criou poucas chances reais de perigo.
A melhor surgiu de um erro do goleiro Andrii Kozhukhar. Ele saiu para interceptar uma cobrança de falta e errou o soco. A bola caiu para Gianluca Mancini, de frente para o gol. Sem goleiro, ele mandou para fora.
A Itália não chegou nem a 1.00 de gols esperados (xG) na etapa inicial e, claro, não conseguiu abrir o placar, bem menos do que precisaria fazer para recuperar alguma esperança.

Gols saíram tarde demais
A partida seguiu em uma toada parecida no segundo tempo. A Itália teve a posse de bola, finalizou uma dezena de vezes, mas não chegou a amassar a Moldávia. Kozhukhar precisou fazer apenas quatro defesas no período.
Gattuso usou o banco de reservas para tentar mudar o panorama. Trocou os atacantes, com as entradas de Retegui e do jovem Francesco Pio Esposito. Trocou o lateral-esquerdo Andrea Cambiaso pelo mais ofensivo Federico Dimarco. Até mudou o esquema, sacando o ponta Zaccagni pelo meia Davide Frattesi.
Essas trocas, pelo menos funcionaram. Dimarco cruzou da esquerda para Gianluca Mancini abrir o placar com uma cabeçada quase rente ao gramado e Pio Esposito ampliou, também na jogada aérea, após o levantamento de Matteo Politano, outro jogador que saiu do banco de reservas. Mas tudo isso aconteceu tarde demais para esboçar a goleada histórica que era necessária.

