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Maradona teria confessado a médico que não estava bem semanas antes de morrer

Maradona não teria recebido o devido atendimento nos últimos dias de vida
Maradona não teria recebido o devido atendimento nos últimos dias de vidaGetty Images via AFP / Getty Images South America / Marcelo Endelli
Um médico contou nesta quinta-feira (10), durante o julgamento de sete profissionais de saúde envolvidos na morte de Maradona, que o argentino afirmou não estar se sentindo bem semanas antes de falecer.

Flavio Tunessi, traumatologista do clube argentino Gimnasia de La Plata desde 2002, prestou depoimento em San Isidro, perto da cidade de Tigre, onde o ídolo argentino morreu. O médico relatou que, em 30 de outubro, durante uma homenagem aos 60 anos do ídolo, quando ainda era técnico da equipe, viu Maradona caminhando sozinho em direção a uma ambulância.

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"Cheguei perto dele e disse 'Diego, precisa de alguma coisa?' e ele me disse 'não, vou embora, não estou bem' e saiu", narrou.

O médico contou que neste dia viu o argentino "magro e abatido" e que outras pessoas que interagiram com o ídolo lhe disseram que "não o viam bem", incluindo o presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia.

No dia seguinte, o médico pessoal de Maradona, Leopoldo Luque, levou o ex-jogador à clínica onde Tunessi trabalhava para interná-lo e realizar exames. Lá, detectaram que o argentino tinha um "hematoma subdural" na cabeça, embora os neurologistas da unidade médica, que também testemunharam nesta quinta-feira, consideraram que "não se tratava de uma emergência cirúrgica".

O chefe de neurologia da Ipensa, Guillermo Burry, considerou que "o quadro clínico do paciente não era devido ao hematoma subdural" e que, devido às comorbidades, "não era o momento certo" para uma operação. Entretanto, Luque, também neurocirurgião, considerou submetê-lo a um procedimento cirúrgico e transferi-lo para a Clínica Olivos, onde Maradona foi operado em 3 de novembro.

O julgamento

Maradona morreu de edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca no dia 25 de novembro de 2020, enquanto estava internado em casa após uma neurocirurgia. Médicos, enfermeiros, um psiquiatra e um psicólogo são acusados de homicídio com dolo eventual, que implica que sabiam que suas ações poderiam resultar em morte.

A audiência desta quinta-feira continuou com o depoimento de um cardiologista que atendeu o ex-camisa 10 na clínica Ipensa. O julgamento seguirá pelo menos até julho, com o depoimento de dezenas de testemunhas. Os réus correm o risco de pegar entre 8 e 25 anos de prisão.