Neste sábado (29), às 18h (horário de Brasília), em Lima, Filipe buscará seu primeiro título como técnico na Libertadores, torneio que venceu duas vezes como jogador do Rubro-Negro, em 2019 e 2022. Além disso, o Flamengo está muito perto de conquistar o Brasileirão depois de meses de disputa acirrada com o Palmeiras.
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"Eu estou mais feliz que nunca, fazendo o que eu amo. Quanto mais pressão, quanto mais difícil, mais eu gosto desse trabalho", comentou o ex-jogador de 40 anos após o empate do Fla em 1 a 1 na visita ao Atlético-MG, resultado que deixou o time carioca a um passo do título brasileiro.
Embora sua carreira como técnico esteja apenas começando, Filipe Luís está sob os holofotes desde que assumiu o Flamengo, em setembro do ano passado, no lugar de Tite. Suas únicas experiências anteriores foram no Sub-17 e no Sub-20 do próprio clube, após pendurar as chuteiras em 2023.
Era uma aposta arriscada, mas que deu certo, com o fiel discípulo do português Jorge Jesus e do argentino Diego Simeone. Seu primeiro título como treinador no profissional, a Copa do Brasil, veio 41 dias depois de assumir o cargo. Este ano, já conquistou a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca.
"Temos muito o que aprender"
A crescente presença de treinadores estrangeiros tem seus críticos no Brasil, que conquistou seus cinco títulos mundiais com técnicos locais, mas Filipe Luís aprova essa abertura.
"Não podemos nos enganar. O melhor futebol está lá (na Europa). Os melhores jogadores. As melhores competições. Os melhores treinadores. Nós temos muito o que aprender com o futebol europeu", disse quando o italiano Carlo Ancelotti assumiu a Seleção, em junho.
Filipe tampouco hesita ao considerar Abel Ferreira, bicampeão da Libertadores à frente do Palmeiras, como "o melhor técnico" do futebol brasileiro. Jorge Jesus, Abel (duas vezes) e outro português, Artur Jorge, venceram quatro das últimas seis edições do Brasileirão.
Quando conquistou o título pelo Flamengo em 2019, com Filipe Luís como lateral-esquerdo, Jesus se tornou o primeiro estrangeiro campeão brasileiro desde 1959. Artur Jorge, além disso, venceu a Copa Libertadores no ano passado com o Botafogo, a primeira do clube.
Críticas aos "gringos"
Semanas atrás, alguns questionamentos feitos pelo ex-técnico da Seleção Emerson Leão causaram polêmica. Durante um evento na CBF com a presença de Ancelotti, primeiro estrangeiro a comandar o Brasil desde 1965, Leão criticou a "invasão de 'gringos'" no futebol brasileiro.
"Eu sempre disse que eu não gosto de treinadores estrangeiros (...), mas tenho que ser inteligente o suficiente para dizer que isso tudo tem um culpado: nós. Nós, treinadores, somos culpados", disse na ocasião.
"A gente não vai permitir qualquer tipo de xenofobia (...). A gente vê o profissional pela competência dele", respondeu em entrevista Samir Xaud, presidente da CBF.
Escola europeia
Quando se trata de competência, Filipe Luís mostra claramente seus pontos fortes. No entanto, é um treinador da escola europeia, depois de ter jogado em clubes como Deportivo La Coruña, Atlético de Madrid e Chelsea. Sua maior influência foi Simeone, que para ele foi como "um pai" em sua passagem pelo Atlético de Madrid.
"Se hoje estou sentado aqui foi porque ele me inspirou a fazer isso. Ele mudou a minha vida", disse o treinador após a classificação do Flamengo para a semifinal da Libertadores, com vitória nos pênaltis sobre o Estudiantes.
Em caso de título, Filipe Luís será o segundo brasileiro campeão da Libertadores como jogador e como treinador, juntando-se a Renato Gaúcho, que conseguiu o feito pelo Grêmio em 1983 e 2017.
Os uruguaios Luis Cubilla e Juan Martín Mujica e os argentinos Roberto Ferreiro, Humberto Maschio, José Omar Pastoriza, Nery Pumpido e Marcelo Gallardo completam a lista de campeões da Libertadores em ambos os papéis.
