A punição, que cabe recurso, se deu por uma denúncia apresentada pelo Palmeiras depois do jogo da última quinta-feira, no estádio Gunther Vogel, em Assunção, onde o Verdão venceu por 3 a 0. Após a denúncia, a CONMEBOL deu uma semana para o Cerro preparar sua defesa. Palmeiras e CBF chegaram a pedir a exclusão do time paraguaio do torneio.
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A partida foi marcada por atos de racismo por parte de torcedores do Cerro Porteño, que fizeram gestos ofensivos e chamaram vários jogadores brasileiros de "macaco".
Choro ao vivo
Visivelmente abalado pelo episódio, o atacante Luighi chorou diante das câmeras na entrevista pós-jogo, o que gerou indignação e uma onda de repúdio contra os atos de racismo, incluindo pronunciamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da FIFA, Gianni Infantino.
A comissão disciplinar da CONMEBOL deu um prazo de 30 dias para o pagamento da multa e, como punição adicional, ordenou que o Cerro Porteño faça uma campanha de conscientização contra o racismo através de suas redes sociais, da qual todos os jogadores da equipe da equipe Sub-20 que disputa a Libertadores devem participar.
A comissão também determinou que todos os próximos jogos do time paraguaio na Libertadores sub-20 vão acontecer com portões fechados.
Simultaneamente, o técnico do Cerro Porteño, Jorge Daniel Achucarro, foi suspenso por dois jogos e advertido que, em caso de reincidência quanto a qualquer infração disciplinar esportiva, será excluído da Libertadores sub-20.
O clube paraguaio enviou uma carta ao Palmeiras prometendo rigor na punição ao torcedor, assim que a devida identificação acontecesse.
Palmeiras e CBF criticam decisão
Instantes depois da decisão da CONMEBOL ser divulgada, o Palmeiras divulgou comunicado criticando a punição. O Alviverde considerou a punição branda, antes de atacar a entidade, chamada de conivente, prometendo ir até as últimas instâncias em busca de justiça.
"As sanções, em vez de servirem ao propósito de coibir um problema seríssimo, na prática demonstram a conivência das entidades com um crime que vem se repetindo incessantemente, bem como a falência de um sistema penal incapaz de punir com o rigor necessário os crimes de racismo cometidos dentro de campo e nas arquibancadas", pontuou o clube.
A CBF também se manifestou na tarde deste domingo, afirmando que "a decisão não combate com o rigor necessário a discriminação racial ocorrida, mas, lamentavelmente, incentiva a prática de novos atos criminosos". A entidade ainda lembrou da ineficácia da punição da perda de mando de campo, uma vez que o Cerro está perto de se despedir da Libertadores.