Leila pedirá a exclusão do Cerro da competição e criticou o árbitro da partida, já que não seguiu o protocolo relacionado a casos desta natureza.
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"Ele (árbitro) não cumpriu com uma determinação da FIFA (...) Vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição. Porque não é a primeira vez que esse clube ataca nossos atletas, nossos torcedores", disse a presidente do Palmeiras.
De fato, este é o terceiro episódio de racismo cometido por torcedores do Cerro em partidas contra o Palmeiras. Em 2022, imitaram macacos para a torcida do Palmeiras. Já no ano seguinte, atletas do clube paulista foram chamados de macacos. Na ocasião, Bruno Tabata revoltou-se com a situação, revidou e acabou sendo suspenso pela CONMEBOL.
Leila Pereira disse ainda aos jornalistas que tentou contato com Alejandro Domínguez, presidente da CONMEBOL, mas não obteve resposta. Ela criticou a conivência da entidade com os sucessivos casos de racismo e injúria racial registrados nas competições da entidade.
"Eu tentei falar com o presidente da CONMEBOL e não consegui. A CONMEBOL está sendo muito displicente em relação a esses fatos", disparou a dirigente, que sugeriu uma união de clubes para exigir que medidas mais duras contra o racismo sejam tomadas.
"As medidas têm que ser duras e drásticas. Não só o Palmeiras, mas todos. Não esqueçam que, nos últimos anos, a hegemonia na Libertadores é do Brasil, e temos que mostrar essa força nos bastidores. Em conjunto determinar regras pesadas, que se forem burladas os clubes não participam", sugeriu Leila.
A CBF também se manifestou nesta sexta-feira em comunicado, sendo a favor da exclusão do clube paraguaio. “O que a gente espera da Conmebol é rigor. Basta de racismo e de multas que não levam a nada. Queremos punições esportivas”, declarou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
"O documento de 29 páginas elaborado pelas Diretorias Jurídica e de Governança e Conformidade da CBF cobra tolerância zero contra atos discriminatórios e exige severa punição esportiva aos torcedores e ao clube paraguaio", lembra a entidade.
Sobre o caso
O atacante Luighi, do Palmeiras, foi vítima de uma ofensa racista de um torcedor do Cerro Porteño nessa quinta-feira (6), em jogo pela Libertadores Sub-20, no Paraguai.
O torcedor do Cerro imitou um macaco em direção a Luighi quando o atacante deixava o campo, na reta final do segundo tempo. O jogador chorou muito no banco de reservas e na entrevista oficial pós-jogo. O jovem se indignou ao ser perguntado sobre a partida, vencida pelo Palmeiras por 3 a 0.
"Não, não. É sério isso? Você não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? É sério? Até quando a gente vai passar por isso? O que fizeram comigo foi um crime. Você não vai perguntar isso? Vai perguntar sobre o jogo mesmo?", questionou.