Com Sampaoli, Atlético-MG se transforma e busca título inédito em ano cercado de decepções

Sampaoli recolocou o Galo na rota de bons resultados
Sampaoli recolocou o Galo na rota de bons resultadosPedro Souza / Atlético

O Atlético-MG vai enfrentar o Lanús, da Argentina, neste sábado (22), às 17h (horário de Brasília), tendo a chance de fechar o ano de 2025 com um título que pareceu distante em muitos momentos. A partida terá narração ao vivo do Flashscore.

Se for considerada a temporada atual do Atlético-MG, a taça do segundo torneio mais importante da América do Sul pode ser comemorada como algo bem além disso. Em muitos momentos do ano, o Galo decepcionou seguidamente sua torcida, que pode ver o clube se garantir na Libertadores do ano que vem, fazendo companhia ao rival Cruzeiro, que segue voando sob o comando de Leonardo Jardim.

Confira os resultados da Sul-Americana

A última e mais recente decepção veio após sofrer sete gols nos últimos três jogos do Brasileirão (dois deles para times do Z4), desperdiçando chances de chegar com a mesma moral elevada do Lanús, que sofreu apenas uma derrota nos últimos 13 jogos. 

Na sua história, o Atlético ainda não foi campeão da Sul-Americana, tendo no currículo a Copa Libertadores da América de 2013), a Copa Conmebol de 1992 e 1997, além da Recopa Sul-Americana de 2014, diante do mesmo Lanús.

Depois de começar a temporada sob o comando do técnico Cuca, o Atlético não engrenou. Sem passar confiança e longe de mostrar um esquema de jogo consistente, os resultados que frustraram a torcida aconteceram em sequência.

O título do Campeonato Mineiro serviu para mascarar erros da diretoria, que viu grandes apostas não funcionarem, caso do atacante Rony, vindo do Palmeiras, depois de uma longa negociação, com o Fluminense ficando perto de ser a nova casa do jogador. 

No Campeonato Brasileiro, o time acumulou tropeços, com a demissão de Cuca sendo inevitável. Para piorar o cenário, a gestão precisou lidar com Rony pedindo rescisão de contrato e atletas notificando o clube extrajudicialmente por salários atrasados. Na Sul-Americana, o favoritismo ficou pelo caminho, com o time terminando a primeira fase na vice-liderança, precisando encarar os play-offs para seguir vivo. 

Sampaoli como salvador

Depois de considerar a contratação de nomes como Pedro Caixinha, Luis Zubeldía e ficar perto de fechar com o argentino Martín Anselmi, ex-Porto, a diretoria ouviu a torcida e trouxe Jorge Sampaoli, favorito da Massa, que retornou ao clube depois de comandar o Galo entre 2020 e 2021, quando o time tinha um estilo de jogo envolvente e agressivo.

Sob o comando de Sampaoli, com algum custo, o time engrenou, com uma forma de jogar não tão parecida quanto em sua primeira passagem. Logo após a chegada do novo treinador, o Galo flertou com a eliminação na Sul-Americana, ao confirmar classificação para as semifinais com um gol de Bernard, nos acréscimos, contra o Bolívar

Nos três primeiros jogos com Sampaoli, o Galo não venceu, apesar de jogar com um homem a mais, ligando um sinal de alerta que o sofrimento demoraria a passar.

Redenção de nomes importantes

O atacante Hulk, principal nome do elenco, amargou o banco de reservas ao enfrentar sua pior fase no clube antes de reencontrar bom momento, chegando recentemente aos 500 gols na carreira. 

Com o argentino, nomes até então apagados, como Dudu, voltaram a mostrar algum potencial, com o ex-treinador da Albiceleste encontrando espaço para o meia Igor Gomes ter figura mais frequente no time titular, atuando como segundo homem no meio. 

Outro nome que teve uma sequência para começar a mostrar seu valor, depois de muito tempo, foi o meia Bernard, campeão pelo clube em 2013, e que voltou ao Galo depois de rodar pelo futebol internacional. Dos seus pés, saíram gols nas fases mais recentes da Sul-Americana para começar a dar um esperado retorno para a torcida. 

Coletivamente, em muitos momentos, deu certo a ideia de Sampaoli colocar meias abertos pelas laterais, deixando jogadores da posição como opção, trazendo uma maior versatilidade, sem a teimosia que Cuca insistia em aplicar. Alexsander, Scarpa e até Alan Franco foram usados como alas. 

A taça, mesmo se levantada, não pode apagar os erros de planejamento e contratações, como a "sinuca de bico" que a diretoria se colocou com a falta de zagueiros em determinado momento da temporada.

Além disso, a ausência de um primeiro volante foi uma constante durante todo o ano, com o meio-campo Alan Franco precisando assumir uma função que não era sua especialidade, se virando como dava para tapar o buraco no elenco de Sampaoli.

O risco de rebaixamento, que foi real mesmo após a chegada de Sampaoli, foi embora, com a torcida e o elenco respirando aliviados para deixar uma das duras missões para trás. Resta agora, o outro e maior desafio: terminar o ano com um título internacional inédito que fará o saldo de 2025 ser muito mais positivo do que muitos poderiam imaginar.