Nascido em fevereiro de 1963, o relacionamento entre o Racing e Costas começou muito cedo. Quando tinha apenas três anos de idade, ele era um dos mascotes que acompanhavam o "time do José", treinado por Juan José Pizzutti, que venceu o campeonato nacional de 1966 e, no ano seguinte, a primeira e única Copa Libertadores da América para o clube de Avellaneda.
Augusto Costas dedicou-se ao futebol, passando pelas divisões de base do clube e estreando na elite em 1981, aos 18 anos, em um momento crítico para um clube que começava a rondar a luta contra o rebaixamento, até ser rebaixado para a segunda divisão no final de 1983. Como jogador, ele passou oito anos como zagueiro central do Racing e foi capitão da equipe que levou a Academia de volta à elite em 1985.
Ele também teve a glória de vencer a Supercopa Sul-Americana de 1988, com uma vitória por 2 a 1 e 1 a 1 sobre o Cruzeiro. Uma reviravolta do destino, o mesmo adversário no próximo sábado (23) em Assunção.
Ele deixou o futebol argentino pela primeira vez em 1989, quando seu passe foi adquirido pelo Locarno da Suíça, onde jogou por três temporadas antes de retornar ao seu amado Racing, onde teve uma segunda passagem entre 1992 e 1996. Ele saiu com 337 jogos e nove gols com a camisa azul e branca e encerrou sua carreira no Gimnasia y Esgrima.
Resiliência e uma longa carreira
Ele não conseguiu ficar longe de Avellaneda e teve sua primeira temporada como técnico em 1999 no Racing, mas os resultados não foram favoráveis.
Também não se saiu bem em uma segunda passagem, mais curta, em 2007, com o clube novamente em crise. Depois, teve uma extensa carreira pela América do Sul, com passagens por Guaraní, Cerro Porteño, Olimpia (Paraguai), Alianza Lima (Peru), Barcelona (Equador), Independiente Santa Fé (Colômbia), Atlas (México) e Palestino (Chile).

Como técnico, venceu dois Campeonatos Colombianos e duas Superligas Colombianas com o Independiente Santa Fé, com o qual também venceu a Suruga Bank Cup (2016). No Alianza Lima, ele venceu dois Campeonatos Peruanos, um torneio da primeira divisão com o Cerro Porteno e um torneio da Série A com o Barcelona de Guayaquil.
Mais exóticas foram suas passagens pelo Al-Nassr e Al-Fayha (Arábia Saudita) antes de se tornar técnico da Bolívia entre 2022 e 2023, sem alcançar os resultados esperados, até que surgiu uma nova oportunidade para treinar o Racing a partir de janeiro de 2024. Aos 60 anos de idade, ele está fazendo seu melhor trabalho no comando do Racing.
"Obrigação de competir
"Hoje vejo um Racing diferente, pelo qual lutamos tanto na época, como torcedor, jogador e técnico. Eu o vejo para lutar e conquistar coisas importantes. Temos de ganhar algo internacional, porque a última vez foi quando eu estava jogando, e já faz muito tempo", disse ele.
Longe de querer se livrar da pressão, Costas está ansioso pelo desafio.
"Somos obrigados a competir. Eu vim para cá para levar o Racing ao topo, não tenho medo de dizer isso. Ver o Racing ser campeão é o sonho que temos. Conquistar algo internacional é o que eu mais quero e o que os torcedores do Racing querem", completou.
Ele não foi bem na Copa da Liga, caindo nas oitavas de final, e menos ainda na Copa Argentina, eliminado precocemente pelo Talleres de Escalada (2ª divisão). No entanto, o time fez um ótimo trabalho na Sul-Americana, com nove vitórias, um empate e duas derrotas, voltando a disputar uma final internacional desde a Supercopa Sul-Americana de 1992.

Com a final da Sudamericana se aproximando, o técnico admitiu que está achando difícil controlar sua ansiedade.
"É difícil, quase não durmo. Outro dia assisti a 10 jogos do Cruzeiro. Mas estou feliz. Adoro viver esse momento do Racing, porque como torcedor eu tinha que comer (sofrer) tudo", confessou. "Isso é o que eu sonhei a vida inteira".
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