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Vitesse perde licença e clube pode ser dissolvido após 133 anos

O Vitesse perdeu oficialmente sua licença profissional
O Vitesse perdeu oficialmente sua licença profissionalANP MAG / ANP via AFP
O Vitesse, da Holanda, perdeu oficialmente sua licença profissional, segundo decisão do Comitê de Apelações da KNVB, a Federação Holandesa, nesta quinta-feira (31). A decisão parece ser o fim do clube com 133 anos de história.

"O Comitê de Apelações conclui que houve um padrão de engano, evasão e enfraquecimento do sistema de licenciamento durante vários anos, bem como uma falta de transparência", disse a KNVB em um comunicado.

"Na opinião do Comitê de Apelações, esse padrão provou ser estrutural, sério e persistente. O Comitê de Apelações, portanto, considera que a revogação da licença é justificada."

Torcedores do Vitesse protestaram contra a KNVB em junho
Torcedores do Vitesse protestaram contra a KNVB em junhoČTK / imago sportfotodienst / IMAGO

Em maio, a Federação Holandesa de Futebol (KNVB) anunciou a decisão provisória de revogar a licença profissional do Vitesse depois que o clube "evadiu estruturalmente o sistema de licenciamento", disse o comitê independente de licenciamento. Foi a segunda vez em um ano que o Vitesse estava prestes a perder sua licença profissional e se dissolver como clube.

"O Comitê de Apelações está ciente de que a revogação da licença terá um impacto significativo sobre os interesses dos torcedores, funcionários, da região e de outras partes interessadas do Vitesse, incluindo as principais figuras que fizeram um esforço especial para manter a licença."

Novos investidores chegaram tarde demais

Um consórcio formado por investidores locais anunciou a aquisição do clube em junho. O grupo, que se autodenominou "Sterkhouders" (traduzido como "detentores da força"), prometeu manter a licença profissional do Vitesse em Arnhem, discutindo um plano sustentável com a KNVB.

"Com a aquisição planejada de todas as ações e o retorno da propriedade para a região, bem como o cumprimento de outros requisitos cruciais de licenciamento (como ter uma conta bancária e um contador), o Vitesse está dando o próximo passo para a retenção definitiva da licença", disseram os Sterkhouders em junho.

"Cabe ao comitê de licenciamento da KNVB tomar uma decisão final sobre esse assunto. O Vitesse propôs ao comitê de licenciamento que novas discussões sejam realizadas sobre esse assunto em breve."

A KNVB disse que os esforços dos Sterkhouders chegaram tarde demais para o Vitesse. "Suas iniciativas estão cercadas de incertezas que não podem ser resolvidas antes do início da temporada 2025/26. Muitos aspectos de seus planos ainda precisam ser mais desenvolvidos e avaliados pelo comitê de licenciamento", informou.

A decisão da KNVB parece ser o fim do Vitesse, o segundo clube de futebol profissional mais antigo da Holanda, depois de 133 anos. O Vitesse planeja lutar contra a decisão da KNVB na Justiça.

Longo e sombrio caminho

O Vitesse, anteriormente famoso por ser um clube parceiro do Chelsea, jogou na Eredivisie, o Campeonato Holandês, ininterruptamente, de 1990 a 2024 e foi um time estável de sub-topo, participando da UEFA Europa League ou da UEFA Conference League seis vezes entre 2012 e 2021.

Depois que o proprietário russo Valeri Oyf foi forçado a vender o clube por ter sido incluído na lista de sanções europeias contra oligarcas russos, o Vitesse entrou em uma espiral financeira. As propostas de aquisição do americano Coley Parry e do empresário local Guus Franke fracassaram depois de não serem aceitas pelo comitê de licenciamento da KNVB.

Coley Parry iniciou os problemas em Arnhem com o Common Group
Coley Parry iniciou os problemas em Arnhem com o Common GroupROB ENGELAAR / ANP MAG / ANP via AFP

Um novo grupo de proprietários, formado pelos americanos Dane Murphy e Flint Reilly, pelos alemães Timo Braasch e Leon Muller e pelo ítalo-americano Bryan Mornaghi, assumiu o controle do clube em janeiro de 2025, mas teve problemas com a KNVB em relação à conclusão da aquisição.

A KNVB não estava convencida de que Coley Parry, o proprietário do Common Group, que havia tentado uma aquisição anterior e foi rejeitado pela comissão de licenciamento, havia sido afastado dos negócios do Vitesse e temia que o americano ainda tivesse influência no clube.

O próprio Parry teria reunido os cinco proprietários em uma tentativa de manter o controle do clube.