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Agente de Lucas Esteves explica imbróglio com Vitória: "Clube preferiu jogar pra torcida"

Lucas Esteves teve trabalho antes de ser confirmado como novo jogador do Grêmio
Lucas Esteves teve trabalho antes de ser confirmado como novo jogador do GrêmioCAROLINE MOTTA/GRÊMIO FBPA
Durante a janela de transferências do futebol brasileiro, que se encerra no final deste mês de fevereiro, um caso específico chamou atenção. O lateral-esquerdo Lucas Esteves, do Vitória, precisou entrar com uma liminar para ficar livre e poder assinar contrato com o Grêmio.

Em teoria, o pagamento da multa rescisória (US$ 1 milhão) por parte do Grêmio resolveria toda a situação. Mas o Vitória fez jogo duro, usando uma cláusula no contrato de Esteves que permite, nestes casos, uma renovação automática com o pagamento de US$ 100 mil (R$ 600 mil) ao jogador.

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O Grêmio, que foi acusado pelos baianos de aliciamento, afirmou que o documento do Vitória não era válido. O jogador tinha vínculo com o time de Salvador até o final de 2025. O Leão da Barra chegou a devolver ao Grêmio o valor depositado, não mostrando boa vontade para liberar o jogador. 

Lucas Esteves contou com a colaboração do seu agente, Marcelo Robalinho, especialista em Direito Desportivo, para encaminhar sua transferência e fechar com o Imortal até o final de 2027. O jogador entrou com uma liminar na Justiça do Trabalho e foi a partir dela que ele ficou livre para, enfim, assinar com o Tricolor Gaúcho. A situação foi necessária depois que uma audiência na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) terminou sem definição depois que a entidade se declarou incapaz de analisar o caso. 

"Estou no mercado há 25 anos, mas estamos sempre aprendendo. Este caso do Lucas Esteves foi incomum, algo inédito na minha carreira. O Grêmio se dispôs a pagar um valor superior à multa, mas o Vitória queria receber o valor estabelecido em contrato. O Grêmio depositou o montante, o Vitória devolveu o dinheiro e iniciou-se uma briga insana, resolvida somente com a liminar. São coisas que acontecem e que precisamos encontrar soluções", detalha o agente. 

Experiência inédita

Apesar da longa experiência, Robalinho segue se deparando com situações que saem do seu controle, mesmo que o contrato seja uma importante garantia para todas as partes envolvidas. "Um aprendizado que fica é não acreditar que os clubes vão agir com bom senso. Diretores e presidentes, muitas vezes, preferem jogar pra torcida.

"A lição que temos é da importância de ter uma boa assessoria. O caso só se desenrolou com a liminar, foi aí que tudo destravou. O contrato foi bem feito, estipulava uma multa no valor de mercado acessível e o Vitória preferiu não cumprir com a cláusula. Por isso, foi necessária a liminar", explica. 

Lucas foi titular do Vitória no ano passado e defendeu o clube em 54 partidas, sendo 41 como titular, fazendo dois gols e dando cinco assistências. O jogador foi revelado pelo Palmeiras e também defendeu Fortaleza, Atlético-GO e Colorado Rapids-EUA.