Em teoria, o pagamento da multa rescisória (US$ 1 milhão) por parte do Grêmio resolveria toda a situação. Mas o Vitória fez jogo duro, usando uma cláusula no contrato de Esteves que permite, nestes casos, uma renovação automática com o pagamento de US$ 100 mil (R$ 600 mil) ao jogador.
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O Grêmio, que foi acusado pelos baianos de aliciamento, afirmou que o documento do Vitória não era válido. O jogador tinha vínculo com o time de Salvador até o final de 2025. O Leão da Barra chegou a devolver ao Grêmio o valor depositado, não mostrando boa vontade para liberar o jogador.
Lucas Esteves contou com a colaboração do seu agente, Marcelo Robalinho, especialista em Direito Desportivo, para encaminhar sua transferência e fechar com o Imortal até o final de 2027. O jogador entrou com uma liminar na Justiça do Trabalho e foi a partir dela que ele ficou livre para, enfim, assinar com o Tricolor Gaúcho. A situação foi necessária depois que uma audiência na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) terminou sem definição depois que a entidade se declarou incapaz de analisar o caso.
"Estou no mercado há 25 anos, mas estamos sempre aprendendo. Este caso do Lucas Esteves foi incomum, algo inédito na minha carreira. O Grêmio se dispôs a pagar um valor superior à multa, mas o Vitória queria receber o valor estabelecido em contrato. O Grêmio depositou o montante, o Vitória devolveu o dinheiro e iniciou-se uma briga insana, resolvida somente com a liminar. São coisas que acontecem e que precisamos encontrar soluções", detalha o agente.
Experiência inédita
Apesar da longa experiência, Robalinho segue se deparando com situações que saem do seu controle, mesmo que o contrato seja uma importante garantia para todas as partes envolvidas. "Um aprendizado que fica é não acreditar que os clubes vão agir com bom senso. Diretores e presidentes, muitas vezes, preferem jogar pra torcida.
"A lição que temos é da importância de ter uma boa assessoria. O caso só se desenrolou com a liminar, foi aí que tudo destravou. O contrato foi bem feito, estipulava uma multa no valor de mercado acessível e o Vitória preferiu não cumprir com a cláusula. Por isso, foi necessária a liminar", explica.
Lucas foi titular do Vitória no ano passado e defendeu o clube em 54 partidas, sendo 41 como titular, fazendo dois gols e dando cinco assistências. O jogador foi revelado pelo Palmeiras e também defendeu Fortaleza, Atlético-GO e Colorado Rapids-EUA.