Uma instituição representante da comunidade judaica espanhola criticou nesta quinta-feira (25) os gritos de “Israel assassino” dirigidos recentemente ao atacante do Villarreal Manor Solomon.
O israelense de 26 anos, que entrou em campo aos 38 minutos do segundo tempo, marcou o gol da vitória contra o Sevilla (2 a 1) na terça-feira (23), em uma partida de LaLiga. Alguns torcedores do Sevilla agitaram bandeiras palestinas e o grupo de torcedores Biris Norte disse nas redes sociais que “não há espaço para sionistas” no Ramón Sánchez-Pizjuán.
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Solomon havia compartilhado mensagens de apoio ao exército israelense nas redes sociais.
“A Federação das Comunidades Judaicas da Espanha condena os insultos intoleráveis que o jogador Manor Solomon recebeu de parte da torcida do Sevilla por sua origem israelense. Condenamos qualquer manifestação de antissemitismo, racismo ou xenofobia e reafirmamos nosso compromisso com os valores da convivência e da igualdade”, afirmou a instituição em um comunicado.
Em quase dois anos de campanha militar, Israel matou mais de 65 mil palestinos, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, números que as Nações Unidas consideram confiáveis.
Israel lançou uma ofensiva em Gaza em outubro de 2023 em retaliação a um ataque sem precedentes do movimento islâmico Hamas, que causou a morte de 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.
Na semana passada, investigadores independentes mandatados pelas Nações Unidas acusaram Israel de cometer genocídio em Gaza em uma tentativa de “destruir os palestinianos”.
Alguns torcedores do Villarreal criticaram o próprio clube pela contratação de Solomon e do meio-campista Thomas Partey, que, por outro lado, enfrenta um julgamento no Reino Unido por acusações de violação e agressão sexual que o jogador nega.
O presidente espanhol, Pedro Sánchez, pediu na semana passada que Israel fosse proibido de participar de competições esportivas internacionais devido ao que seu governo classifica como “genocídio” em Gaza. Protestos contra a equipe de ciclismo Israel-Premier Tech levaram ao cancelamento da última etapa da Vuelta a España no início de setembro.