Os sócios do Real Madrid serão convidados a votar sobre a proposta, que exigirá uma alteração do estatuto em assembleia geral extraordinária a ser realizada em breve, disse Florrentino na reunião anual do clube.
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O presidente acrescentou ainda que o modelo atual de propriedade pelos sócios se manterá intacto e que ser sócio passará a ter "um valor real e tangível".
"Se alguém estiver disposto a investir quantias significativas de dinheiro por uma participação simbólica, isso é a maior demonstração do valor do Real Madrid", afirmou Florentino aos sócios do clube, num discurso de uma hora frequentemente interrompido por aplausos.
"Este investidor, ou investidores, deve respeitar os nossos valores, contribuir para o crescimento do clube e ajudar-nos a proteger os nossos ativos de ataques externos".
Tal como os rivais Barcelona, Athletic Club e Osasuna, o Real adota um modelo de associação. Cerca de 2.000 sócios do clube são escolhidos como delegados para a assembleia anual, em que podem eleger o presidente, analisar as contas anuais e votar alterações aos estatutos.
Uma iniciativa para abrir a propriedade a investidores externos seguiria o acordo celebrado este mês com o fundo norte-americano Apollo, que se tornou acionista maioritário do rival Atlético de Madrid, o mais recente investimento de fundos de private equity no futebol, atraídos pela estabilidade e previsibilidade das receitas do esporte.
Segundo a Deloitte, o Real Madrid é o único clube de futebol no mundo a registrar receitas superiores a 1 bilhão de euros. As receitas para a temporada 2024/2025 aumentaram para 1,19 bilhão de euros, enquanto o lucro líquido após impostos subiu 56%, alcançando 24,3 milhões de euros, revelou Pérez neste domingo.
Com um valor de 6,75 bilhões de dólares, o clube tem a avaliação mais alta do futebol mundial, de acordo com a Forbes.
No entanto, Florentino já afirmou que o modelo de associação limita o Real, sobretudo quando compete no mercado de transferências com outros clubes europeus como o PSG, Manchester City ou Chelsea, administrados por fundos de private equity, multimilionários ou estados ricos em petróleo.
O Real Madrid tem liderado o movimento para a criação de uma Super Liga Europeia, com Florentino defendendo que a medida seria uma forma de o clube manter a competitividade.
Na assembleia do ano passado, o presidente do Real Madrid abordou a possibilidade de realizar um referendo sobre a reorganização da estrutura de propriedade do clube, que "nos proteja das ameaças que enfrentamos" – sublinhando, no entanto, que o clube continuaria a pertencer aos seus sócios.
De acordo com os estatutos do Real Madrid, o clube é obrigado a realizar uma assembleia extraordinária para alterar os estatutos e a sua estrutura. O Real já tem acordos estabelecidos com fundos de private equity norte-americanos.
Em 2022, celebrou um acordo com a Sixth Street, no qual receberia 360 milhões de euros em troca dos direitos para desenvolver e explorar novos negócios durante 20 anos no estádio Santiago Bernabéu.
