O Real certamente tem um ponto a provar, depois de ter sido derrotado pelo Barcelona em todos os clássicos da última temporada, em que os catalães estiveram a um passo de conquistar mais uma tríplice coroa nacional.
Confira a classificação de LaLiga
Mbappé azarado
Kylian Mbappé pode se considerar azarado por não ter conquistado nenhum troféu na campanha de estreia, apesar de ter faturado o Pichichi, concedido ao artilheiro da liga espanhola, e a Chuteira de Ouro Europeia, concedida ao maior artilheiro do Velho Continente.
Os 42 gols em todas as competições foi um retorno brilhante do francês e os merengues ter terminado o ano ainda piores se o atacante não tivesse feito gols com tanta frequência. Isso porque o tão elogiado Vinicius Junior teve outra campanha abaixo do esperado no time do Santiago Bernabéu.
Apenas 11 gols em 30 jogos na LaLiga na última temporada não é nem de longe o suficiente para um jogador que não assinará um novo contrato com o clube, a menos que lhe seja dada paridade financeira com Mbappé.
Vini quer mais de 600 mil por semana
Isso significaria que o clube precisaria aumentar o atual salário semanal de 400,5 mil euros para surreais 600,9 mil euros, e isso é algo que o clube claramente não está preparado para fazer nesse momento. Aos 25 anos, o brasileiro ainda tem mais dois anos de contrato, mas a recusa do jogador em colocar a caneta no papel deixou o clube em uma situação incômoda.
Certamente, o Real não gostaria que o jogador encerrasse o contrato e saísse de graça no meio de 2027, mas a questão é se Vini Jr. ainda representa um bom valor.
A diretoria em Madri também está insatisfeita com a frequência com que o jogador gera polêmica, sendo que o último episódio ocorreu na partida mais recente do time contra o Real Oviedo (3 a 0), quando pareceu levantar dois dedos para a torcida após marcar o terceiro gol da equipe, sugerindo que o time da casa voltaria direto para a segunda divisão espanhola.
Jogo geral de Vini Jr. deixa muito a desejar
Se Vinicius estivesse marcando gols com a regularidade do colega de ataque, o outro lado do seu jogo poderia ser ignorado mas, do jeito que está, o comportamento parece ter irritado muitos membros da diretoria.

Embora seja verdade que apenas Karim Benzema tenha superado o brasileiro desde a temporada 2017/18 (173 gols contra 101 de Vinicius), e as 72 assistências do último sejam melhores do que as de qualquer outro jogador do time durante esse período, desde a chegada de Mbappé ficou muito claro que os dois não conseguem jogar juntos.
Os dois sempre fazem as mesmas jogadas em busca de uma bola perdida e, muitas vezes, não sabem ler os movimentos um do outro durante os ataques do Real. Além disso, o estilo de Vini não é propício para o sucesso em uma das instituições de futebol mais famosas do mundo.
Por exemplo, a conclusão de passes do brasileiro é uma das mais baixas do elenco e os 79% em LaLiga na última temporada mostram uma tendência de queda desde a chegada ao clube. Se levar em conta a Liga dos Campeões em 2024/25, a situação é ainda pior, com um aproveitamento de 69,2%.
O desperdício na frente do gol fez com que Vini convertesse apenas 13,6% das chances na campanha anterior, enquanto uma conversão de 3,9% na Copa do Rei e 7,7% na Copa do Mundo de Clubes são embaraçosamente pobres para um jogador que acredita valer mais de 600 mil euros por semana.
Defensivamente ruim e com cartões constantes
Juntamente com um xG de 10,61 na última temporada, que mostra outra tendência de queda em relação aos 13,11 em 2023/24, os diretores do clube se sentiram no direito de não recompensar um jogador cujos números não estão melhorando e, na verdade, estão indo na direção oposta.

Em uma análise do ponto de vista defensivo, o camisa 7 fez apenas três interceptações na liga em 24/25 e, consistentemente, perdeu mais duelos individuais do que ganhou. Na verdade, apenas uma vez, durante a Supercopa da Espanha de 23/24, o jogador ganhou mais do que perdeu (13 duelos bem-sucedidos em comparação com 12 mal-sucedidos).
Em termos aéreos, o atacante não é um titular, com apenas 27 duelos de cabeça vencidos nas últimas oito temporadas e 72 perdidos. Embora Vinicius tenha sido expulso apenas uma vez na carreira no Real, recebeu 62 cartões amarelos em 320 jogos desde 2017/18, aproximadamente um em cada cinco partidas disputadas.
A estatística é, de longe, o maior número de qualquer atacante do elenco (Rodrygo tem apenas 11, a título de comparação), e somente os 70 amarelos de Dani Carvajal são mais do que o brasileiro recebeu no mesmo período.
Nenhum jogador é maior que o clube
Nenhum jogador é maior do que o clube, e as recentes palavras de Vinicius de que ele deseja "fazer história" com o Real Madrid soam mais do que um pouco vazias quando parece que o atacante mantém os merengues como reféns.
Apesar da falta de autoconsciência em relação aos números ruins, o Real ainda tem um contrato em aberto. O jogador, portanto, precisa pensar muito bem no que quer fazer com uma carreira que ainda pode escrever muitos capítulos novos.
