Mais

Análise: as coisas podem ficar piores antes de melhorarem para o Manchester City

James McAtee, Bernardo Silva, Jahmai Simpson-Pusey e Ederson, do Manchester City, parecem desanimados
James McAtee, Bernardo Silva, Jahmai Simpson-Pusey e Ederson, do Manchester City, parecem desanimadosHarry Langer / DeFodi Images / Shutterstock Editorial / Profimedia
O Manchester City está cheio de problemas, e mesmo sendo óbvio, a situação do gigante inglês não parece fácil de aceitar.

O Feyenoord, em casa, na Liga dos Campeões, parecia ser um bom momento para tentar esquecer a derrota por 4 a 0 contra o Tottenham, no sábado (23). O City vencia por 3 a 0 e parecia estar no caminho para pôr fim a uma série de cinco jogos sem perder, algo que nunca aconteceu antes em um elenco comandado por Pep Guardiola.

Erling Haaland marcou o segundo gol da noite aos oito minutos do segundo tempo para preparar o que normalmente seria uma reta final de rotina para o City. Mas "rotina" parece ter saído do vocabulário dos Sky Blues nos últimos tempos.

O Feyenoord marcou o que parecia ser um gol de consolação, aos 30 minutos do segundo tempo, com Anis Hadj Moussa. A consolação rapidamente se transformou em oportunidade: um passe de cabeça mal feito de Josko Gvardiol não deu tempo para o City ajustar a zaga, Ederson não conseguiu lidar com um corte e deixou Santiago Giménez pronto para finalizar de peito para um gol vazio.

O tempo regular terminou em 3 a 2, o que por si só já teria estragado o clima, mas o clube inglês teria aceitado o resultado, dado o que aconteceria nos acréscimos. O Feyenoord lançou uma bola por cima da linha de fundo e, de forma impressionante, a bola foi para o espaço entre os zagueiros e o goleiro brasileiro.

Ederson saiu correndo para jogar a bola longe, mas foi superado por Igor Paixão, que cruzou para David Hancko marcar. Os torcedores do time holandês, que estavam atrás do gol, ficaram chocados com o que viram, enquanto o City e Guardiola lamentavam.

Um tiro no pé

O City conseguiu, de fato, travar o momento ruim. Não foi a sexta derrota consecutiva, mas essa teria doído mais do que os resultados de Tottenham, Bournemouth, Sporting e Brighton.

A forma como o empate aconteceu é que foi determinante e é incrível ver a capacidade de resistência do City no passado. É uma equipe que conquistou quatro títulos consecutivos da Premier League, mas tem agora o indesejável recorde de ser a primeira a não vencer um jogo da Liga dos Campeões com três gols de vantagem a 15 minutos do fim.

Os Sky Blues tem lesões, jogadores prejudicados e falta ao clube físico e pernas, mas tem dado tiros nos pés e isso está se tornando um hábito.

Gvardiol, por exemplo, surgiu como um jogador indiscutível no final da temporada passada e manteve a boa atuação na atual, mas os erros começaram a fazer parte do seu jogo. A confiança do time já devia estar baixa, mas pode estar ainda pior depois do último resultado.

Onde é que isto vai parar?

O clima para o City já não é bom e tem chances de piorar com o número de jogos que tem no final do ano. Não vai ficar mais fácil com o próximo confronto, no domingo (1) contra o Liverpool, atual líder do campeonato, em Anfield, onde até os melhores do time de Manchester têm tido dificuldades.

As dificuldades no estádio rival foram causadas pela abordagem de Jurgen Klopp no banco do adversário, mas o fato de Arne Slot ter superado as expectativas também fará com que o Liverpool esteja ansioso para causar danos. É provavelmente o pior jogo que o City terá de enfrentar nesta altura e há muitos outros desafios até o Natal.

Guardiola renovou por mais dois anos e é ele quem o City gostaria de ter para estabilizar o barco, com as fragilidades da equipe bem reconhecidas. Agora, parece difícil prever quando isso acontecerá, mas, tal como aconteceu no passado, é sempre difícil contar com previsões.