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Roberto Carlos sobre frequentes casos de racismo no futebol: "Tem de haver punição"

Roberto Carlos marcou presença na Web Summit, em Lisboa
Roberto Carlos marcou presença na Web Summit, em LisboaLUSA
O ex-jogador Roberto Carlos afirmou, nesta terça-feira (14), ter vivido situações de insultos racistas, semelhantes às do compatriota Vinicius Júnior. Ele considera que o problema só pode ser resolvido pelas federações, FIFA e UEFA.

“Já passei pela mesma situação (do Vinícius) quando jogava em alguns estádios, onde vivi insultos e atos de racismo.

"Temos que ser muito inteligentes. Nós, jogadores, não podemos resolver nada. Quem tem de resolver é a FIFA, UEFA e as federações de cada país. Se há racismo, tem de haver punição”, disse o ex-jogador, na Web Summit, onde falou sobre a plataforma Striver, que pretende combater o fenômeno do racismo nas redes sociais.

Vinicius Júnior, a face da luta contra o racismo no futebol
Vinicius Júnior, a face da luta contra o racismo no futebolCBF

Roberto Carlos explicou que a Striver “chega para colocar as pessoas no seu devido lugar e criar um ambiente seguro para todos”, acrescenta.

É importante que os jogadores modernos interajam com o público e que a resposta seja positiva sempre. Na nossa época, não existia tanta rede social. Hoje, é necessário ter ferramentas necessárias para se protegerem. O mundo evolui e estamos a seguir essa evolução”.

Embaixador contra o racismo

Vinicius Júnior, jogador do Real Madrid, tem sido alvo de inúmeros insultos racistas, que já levaram as autoridades brasileiras e espanholas a procurarem estratégias conjuntas para combater o problema.

O Alto Comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos pediu aos organizadores de eventos esportivos que implementem “estratégias para evitar o racismo no esporte”.

O ex-lateral do Real Madrid considerou que “os insultos nas redes sociais ultrapassam o limite e está na hora de dizer basta. É difícil para um jogador saber que tem milhares de pessoas o insultando”.

Ignorando o agressor

Gilberto Silva, também ex-jogador do Brasil, admitiu também ter vivido momentos de racismo em campo, e defendeu que a “melhor maneira de lidar é não dar voz” a quem os protagoniza.

“No Arsenal, na Liga dos Campeões, tive uma experiência dessas. Não podemos lutar contra um grupo estúpido de pessoas e não podemos condenar toda a gente por causa de um pequeno grupo.

"Tenho que focar em mim, na minha performance e em como posso ajudar a equipe. A melhor maneira para lidar com isso é não dar voz a essas pessoas”, afirmou.

O diretor executivo da Striver, uma plataforma livre de abusos nas redes sociais criada por jogadores para os torcedores, garantiu contato  “com quatro ou cinco clubes da Premier League e também com um importante clube português”.

“A Striver está sendo recebida de forma extremamente positiva e os feedback têm sido ótimos”, disse Tim Chase.

Gilberto Silva também afirmou ter sofrido racismo em sua época de jogador
Gilberto Silva também afirmou ter sofrido racismo em sua época de jogadorProfimedia