Jesus admitiu que gostaria de um dia retornar ao Brasil, onde não treinaria outro clube além do Fla.
O português falou também sobre a polêmica com Neymar e ainda de Kaio César e Marcos Leonardo. Confira abaixo as aspas do ex-comandante rubro-negro.
Flamengo: "Maior clube que treinei"
"Da primeira vez que saí do Al-Hilal, foi para ir para um clube, mas não aconteceu. Que clube? Era o Benfica. O presidente Luís Filipe Vieira queria-me, mas não deu e depois tive de ir para o Brasil", revelou Jorge Jesus.
"E ainda bem que assim aconteceu, porque foi um ano espetacular. O Flamengo foi o maior clube que eu treinei, nisso não há hipóteses. Depois do Flamengo, aí sim, voltei ao Benfica", acrescentou o treinador, que regressou à Arábia Saudita para ser novamente campeão, numa liga que diz estar muito mais forte.
"Já estive mais próximo de voltar ao Brasil, adorei o campeonato. O futebol faz parte da cultura deles. Gostaria de um dia voltar. Se voltar, não quero fazer a mesma coisa de quando saí do Benfica para o Sporting. No Brasil, eu treinaria apenas o Flamengo", cravou.

Neymar: "Fora da caixa"
Jorge Jesus não fugiu do assunto Neymar, que rescindiu com o Al-Hilal, regressou ao Santos e assumiu ter ficado chateado com o treinador português por ele ter falado da sua condição física.
"Não tive sorte nenhuma, nem eu nem ele. Esteve no Al-Hilal com uma lesão muito grave. Foi o melhor com quem trabalhei desde que sou treinador. Não tivemos tanto tempo assim para demonstrar tudo o que tem. Bom profissional, bom amigo, não tem nada de estrela. Mas a verdade é que as coisas não funcionaram. Às vezes, falando sozinho, frustrado, até penso 'como é que não consegui que este jogador, que é um super craque, desse certo?', mas pronto. Foram coisas que aconteceram. Saindo, tinha que ser para o Brasil. Vai ajudar muito a Seleção", explicou Jorge Jesus.
"Se saiu triste? Saiu, principalmente comigo. Ainda hoje me custa porque ele é um craque. É fora da caixa", elogiou o português.

Cristiano Ronaldo: "Não trabalharei com ele"
Jorge Jesus também falou dos encontros com Cristiano Ronaldo no futebol árabe e revelou que, apesar de estar mais perto do atacante, raramente o encontra fora dos gramados.
"Não temos tempo para nos encontrarmos na Arábia. Já eramos amigos em Portugal. Encontrei-me mais vezes com ele em Portugal do que na Arábia. Ele é uma referência, o orgulho dos portugueses. A primeira vez que cheguei aqui, eles conheciam era o Ronaldo, não era Portugal. Os outdoors no meio da cidade eram só do Ronaldo, isto há seis anos. Em Portugal não o valorizam muito para a imagem que traz. Trabalhar com ele? Acho que já não vai ser possível. É um exemplo com 40 anos", revelou Jesus.

Marcos Leonardo e Kaio César: bons jogadores
"Marcos Leonardo? Não sei se foi mal aproveitado. É um jovem, ainda tem muito que crescer. Tem sido muito importante para nós. Com a lesão do Mitrovic tem sido a nossa garantia. Tem 12 gols, só o Cristiano Ronaldo está à frente dele. Como o Kaio César... acompanhava-o em Portugal.
"É mais fácil convencer os jovens jogadores do que os mais velhos porque estão no começo da vida. Oferece cinco ou seis vezes mais... como podem rejeitar?", questionou Jesus.
"Eu queria trazer o Galeno para o Al-Hilal, mas há um departamento do futebol saudita que autoriza o jogador a vir ou não. Quem manda são eles", revelou Jorge Jesus, que também contratou Kaio César junto ao Vitória de Guimarães.
"O Kaio César, dentro daquele limite com jogadores dessa idade (21 anos), não havia muitos. Havia ele, o miúdo do Sporting, o Quenda, o do Braga, o Roger Fernandes, portanto havia outras soluções fora de Portugal que também procuramos, mas achamos que o Kaio era o jogador ideal. Acho que o presidente fez um ótimo negócio", explicou o técnico do Al-Hilal.