Depois de chegar ao Olympique de Marselha lesionado, o brasileiro Igor Paixão, a contratação mais cara da história do clube, gradualmente recuperou seu jogo e seu ritmo, antes de finalmente mostrar do que era capaz na última terça-feira (30) com dois gols espetaculares contra o Ajax, pela Champions League.
Um passe diagonal certeiro, uma corrida perfeita com a bola, na qual seu oponente direto não conseguiu se desvencilhar nem um centímetro, depois uma finalização para o fundo da rede, antes de alguns passos de samba com um grande sorriso no rosto em frente ao Virage Sud: é isso, o foguete de Paixão foi lançado.
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Apenas alguns minutos depois do seu primeiro gol pelo Olympique de Marselha, o ex-jogador do Feyenoord surpreendeu o Ajax de uma vez por todas ao dar o toque final no placar de 2 a 0 com um belo chute de curva. Para piorar a situação do rival holandês, o brasileiro também deu o passe para Pierre-Emerick Aubameyang marcar o último gol da vitória por 4 a 0.
Depois de dois meses fora de ação e várias semanas para se recuperar fisicamente, Paixão agora parece estar de volta ao seu 100%, ou por volta disso, e a mensagem chegou ao Metz, que recebe o Olympique de Marselha neste sábado (4).
"Sabíamos que ele estava machucado", explicou Medhi Benatia, diretor técnico Olympique, na terça-feira. "Mas ele está sempre sorrindo e é muito trabalhador. Eles realmente queriam o Marselha, ele e sua família. Portanto, uma dobradinha como essa, na Liga dos Campeões, para ajudá-lo a se adaptar e aumentar sua confiança, é magnífica", acrescentou o executivo do Marselha.
Um começo tímido
"As críticas em Marselha são como o sol. Há críticas quase todos os dias", reagiu o técnico Roberto De Zerbi, embora o "caso Paixão" tenha de fato provocado mais perguntas do que críticas reais.

"Paixão ficou lesionado por dois meses. Ele estava progredindo. Tentamos aumentar o número de minutos pouco a pouco. E hoje ele fez um gol. Mas, mesmo contra o Strasbourg, pudemos ver que havia algo ali. De qualquer forma, estou satisfeito porque os atacantes precisam de gols para ganhar confiança e trabalhar melhor", acrescentou o técnico italiano.
Antes da sua exibição quase perfeita contra o Ajax na terça-feira, o pequeno ala brasileiro, de 25 anos e 1,68 m, havia de fato tido um início instável no Olympique, uma consequência lógica do seu início tardio. Suas primeiras partidas contra o Lorient e o Real Madrid foram complicadas, antes de dois jogos sem brilho contra PSG e Strasbourg.

Na sexta-feira, às vésperas de uma partida contra o Metz, que ele descreveu como o último "grande esforço a ser feito" antes da pausa internacional, De Zerbi fez uma retrospectiva da jornada de Paixão rumo à boa forma física.
Ele vale o que foi investido
"Às vezes, em certos jogadores, é preciso investir muito para melhorar o condicionamento físico e a confiança deles. Você pode conversar com o jogador, mas quando você o coloca em campo, essa é sempre a melhor solução", disse De Zerbi.
"No momento, eu sempre o coloco em campo e, quando sinto que ele está se cansando ou que há um risco, eu o troco. Mas o Paixão está se tornando o jogador que todos conhecíamos", acrescentou o técnico do Marselha.

Esse jogador que "todos nós conhecíamos" era aquele que vinha de uma última temporada fantástica com o Feyenoord (18 gols e 14 assistências), o que levou o Olympique a investir 35 milhões de euros em sua transferência.
"Quando olho para o mercado de alas que se transferiram neste verão, ele está dentro da faixa de preço. É um jogador que já provou seu valor na Liga dos Campeões e foi o melhor jogador de sua liga na última temporada", disse Medhi Benatia.
Mas talvez tenha sido o técnico do Ajax, John Heitinga, quem melhor resumiu as esperanças dos torcedores do Olympique: "Com um jogador como esse, o Marselha terá grandes noites pela frente", concluiu.
