A atuação do goleiro italiano contra o Liverpool na Liga dos Campeões, em particular, foi uma das melhores de todos os tempos em qualquer competição e ajudou o Paris Saint-Germain a chegar à final e ganhar o troféu pela primeira vez em sua história.
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Assim que o clube concluiu a tentativa (sem sucesso) de ganhar a Copa do Mundo de Clubes, Luis Enrique soltou a bomba.
"Donnarumma é um dos melhores goleiros do mundo, sem dúvida, e ainda melhor como pessoa. No entanto, essa é a vida de um grande jogador de futebol e eu sou 100% responsável por essa difícil decisão. Se fosse fácil, qualquer um faria isso. Essas decisões têm a ver com o perfil do goleiro que a minha equipe precisa", disse na coletiva pré-jogo da Supercopa da UEFA.
Desde 2020/21, Donnarumma disputou 151 jogos com Milan e PSG e jogou todos como titular, mas há muito tempo existem dúvidas sobre a habilidade do italiano com os pés.
A percepção obscurece a realidade?
O interessante é que, se analisarmos os detalhes, os 51 passes bem-sucedidos de 53 tentados dão ao goleiro uma estatística mínima de 90%. De modo mais geral, os passes nos jogos da Ligue 1 de 2024/25 foram de excelentes 85,4%, um pouco abaixo dos 87,1% da temporada anterior e melhor do que os 84% de 2022/23.
A precisão aumenta para sensacionais 94,7% quando se consideram apenas os passes no próprio campo. Incrível, não? Será que a percepção pode estar obscurecendo a realidade?
Embora seja verdade que Donnarumma tem dificuldade para se abaixar em chutes baixos (ele mede 1,90 m), e considerando que o italiano salvou o time com mais frequência do que outros, a altura não deve ser considerada um problema.
A porcentagem de defesas de apenas 66,2% na temporada 24/25 da Ligue 1 foi a pior dele no clube, mostrando uma grande queda em relação aos 81,8% da temporada anterior. Os passes mais longos do que 30 metros ou mais quase certamente contribuíram para a queda de Donnarumma.
Na última temporada, de fato, apenas 16 passes foram completados de 69 tentados na Ligue 1, e 60 passes no total de 284 tentados representam uma taxa de sucesso de cerca de um em cinco. Não é uma porcentagem boa o suficiente no mais alto nível do futebol.
Incerteza quanto à renovação do contrato
Dada a incerteza sobre se Donnarumma assinaria ou não um novo contrato - diz-se que o italiano queria um aumento de 50% no salário semanal de 244 mil euros - não se pode descartar que a decisão também tenha sido tomada com isso em mente. Está claro o goleiro ficou profundamente decepcionado, como escreveu na despedida pelas redes sociais.
No início da janela de transferência, acreditava-se que o Manchester United considerava contratar o goleiro para substituir André Onana, que voltou de muitos erros. No entanto, a procrastinação e as contratações subsequentes, incluindo Benjamin Sesko, parecem ter dificultado a tentativa do clube de construir um acordo aceitável.
Apesar da recente contratação de James Trafford, do Burnley, o Manchester City fechou um acordo com Donnarumma, mas a transferência está condicionada à venda de Ederson.
Transferência depende da saída de Ederson
O brasileiro também está no último ano de contrato com os Sky Blues e sabe-se que está mais do que disposto a reduzí-lo para fazer uma transferência mais lucrativa daqui a um ano. No entanto, o Galatasaray fez uma oferta pelo jogador de 32 anos e talvez Pep Guardiola acredite que seja o momento certo para facilitar a saída de Ederson do Etihad Stadium.
Sua porcentagem de defesa de 67,1% na última temporada da Premier League é apenas um pouco maior do que a de Donnarumma, embora a taxa de sucesso de 84,6% em tentativas de chutes de fora da área supere em muito os 73,9% do italiano.
Ambos os goleiros têm 13 bolas agarradas e 16 bolas perdidas nas últimas quatro temporadas. As 43 intervenções de Donnarumma são quatro a mais que as do brasileiro. Surpreendentemente, o italiano defendeu apenas três dos 16 pênaltis que enfrentou em competições nacionais desde 2020/21. Os números de Ederson - um em 18 - também não são muito excepcionais.
Ederson vai se manter?
As 22 defesas precisas em 23 tentativas na última temporada deram a Ederson uma impressionante precisão de 95,7%, embora o goleiro ainda não esteja à altura dos 100% de Donnarumma.
Talvez Pep Guardiola veja no brasileiro algo para trabalhar e desenvolver, mas se Ederson tropeçar, há uma possibilidade real de que o City perca a chance de contratar o goleiro da Azzurra. Para um jogador de capacidade tão óbvia, ver o italiano de 26 anos forçado a procurar um novo clube nos últimos dias da janela não parece justo.
