A liga italiana transformou a indisponibilidade do San Siro em fevereiro, devido aos Jogos Olímpicos de Inverno, em uma oportunidade para o futebol aumentar sua visibilidade internacional, e o confronto entre Milan e Como será realizado em Perth, na Austrália.
Confira a classificação da Serie A
Rabiot, que está atualmente à disposição da seleção francesa, classificou a decisão como uma loucura em entrevista ao jornal francês "Le Figaro" na terça-feira.
"Fiquei surpreso quando soube que o Milan vai disputar uma partida da Serie A contra o Como na Austrália. É completamente insano. Mas são acordos financeiros para dar visibilidade à liga, coisas que fogem do nosso controle. Fala-se muito sobre calendário e saúde dos jogadores, mas tudo isso parece realmente absurdo", disse.
"É uma loucura viajar tantos quilômetros para um jogo entre dois times italianos na Austrália. Temos que nos adaptar, como sempre", completou.
Quem fala o que quer...
De Siervo, que participava de uma assembleia da Serie A em Roma, foi questionado sobre as declarações de Rabiot de que essas decisões são tomadas sem a participação dos jogadores.
"Ele está certo, mas Rabiot esquece, como todos os jogadores que ganham milhões de euros, que são pagos para exercer uma atividade, para jogar futebol. Ele deveria respeitar o dinheiro que recebe, cumprindo a vontade do clube, que aceitou e incentivou a realização dessa partida no exterior", afirmou aos jornalistas.
UEFA não abriu precedente
A UEFA, embora contrária à realização de partidas de ligas nacionais fora de seus países, aprovou a realização do jogo na segunda-feira (assim como uma partida de LaLiga em Miami), afirmando que o regulamento da FIFA, ainda em análise, carece de clareza e detalhes suficientes.
De Siervo, no entanto, acredita que o futebol precisa seguir o exemplo de outros esportes para continuar crescendo.
"O Tour de France do ano passado começou em Florença, o Giro d'Italia frequentemente tem início fora da Itália. Isso é feito para fortalecer o produto, não enfraquecê-lo," comentou sobre os eventos de ciclismo.
"A NFL e a NBA jogam fora dos Estados Unidos há anos, com o conceito de serem produtos globais. A UEFA se posicionou contra, mas aceitou a natureza excepcional deste evento. Acreditamos, porém, que isso pode ser um modelo que o futebol, com regras claras, deve seguir para não perder espaço para outros esportes", defendeu o CEO da Serie A.