A defesa de Ednaldo Rodrigues alega, dentre outros pontos, que a ação coloca em xeque a "organização do futebol nacional" e pode provocar penalizações ao desporto, como a suspensão dos clubes brasileiros de competições sob a chancela da CONMEBOL e da FIFA.
Caso não obtenha êxito no recurso, Ednaldo quer continuar na presidência da CBF ao menos até a realização de novas eleições no prazo de 30 dias.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro designou José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como responsável por conduzir o novo pleito e ser o interventor da CBF durante o período "sem presidente".
Um dos temores de Ednaldo Rodrigues é que, para além das questões desportivas, seu afastamento possa gerar implicações na Seleção Brasileira, já que o suposto acordo com o técnico italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, pode não ser efetuado.
Entenda o caso Ednaldo
A ação foi movida pelo Ministério Público, em 2018. Ela questiona os critérios da eleição da CBF, que definiu pesos diferentes para os eleitores (clubes e federações estaduais).

As federações ganharam peso 3, os times da Série A peso 2 e os da Série B, peso 1. Para o MP, essa decisão, realizada durante assembleia em março de 2017, quando Marco Polo Del Nero era o presidente, fere a Lei Pelé, uma vez que os clubes não foram convocados para o debate.
Foi sob essas regras eleitorais, contestadas pelo Ministério Público, que Rogério Caboclo foi eleito, em 2018, para um mandato que iria de abril de 2019 a abril de 2023. Em julho de 2021, Ednaldo foi eleito de forma interina, quando Caboclo se afastou da presidência após denúncias de assédio sexual.
Ednaldo assumiu a presidência da CBF, de forma definitiva, em março de 2022, via Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre CBF e Ministério Público do Rio de Janeiro.
A decisão considera que o TAC é ilegal, pelo fato do MP não ter legitimidade para interferir nos assuntos da CBF, uma entidade privada. A decisão que destituiu Ednaldo Rodrigues foi unânime (3 a 0).