A FIFA apelou nesta quinta-feira (2) à "paz" em Gaza, mas "não pode resolver problemas geopolíticos", segundo o seu presidente, Gianni Infantino, que se absteve de responder aos crescentes apelos à suspensão da Federação Israelense de Futebol.
Referindo-se à "situação atual em Gaza" na abertura da reunião do conselho de administração do organismo, que aconteceu à portas fechadas, o dirigente italo-suíço disse que "o poder do futebol" era o de "unir as pessoas num mundo dividido", oferecendo "uma mensagem de paz e unidade".
"A FIFA não pode resolver os problemas geopolíticos, mas pode e deve promover o futebol em todo o mundo, explorando os seus valores unificadores, educativos, culturais e humanitários", insistiu.
O comunicado de imprensa da FIFA não faz qualquer menção a Israel ou à sua federação, numa altura em que há cada vez mais apelos para excluir a seleção nacional das competições internacionais, em plena campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
Na semana passada, três peritos independentes da ONU pediram à FIFA e à UEFA que suspendessem Israel, citando o"genocídio" em Gaza e argumentando que "os organismos esportivos não devem fechar os olhos a graves violações dos direitos humanos".
Na sexta-feira passada (26), a presidente da Federação Norueguesa de Futebol, Lise Klaveness - cuja equipe masculina vai receber Israel pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, no dia 11 de outubro - explicou que estava trabalhando "para que Israel fosse sancionado".
"Pessoalmente, acho que se a Rússia for excluída, Israel também deve ser excluído", disse a um podcast norueguês.
Poucos dias depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a UEFA e a FIFA excluíram conjuntamente a seleção e os clubes russos das competições internacionais, uma sanção que ainda está em vigor.