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Jogador que chamou adversário de macaco pega pena mais branda que seu agressor

Suspensão foi desigual após caso de racismo
Suspensão foi desigual após caso de racismoReprodução

O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná aplicou uma punição mais severa ao jogador que reagiu a um insulto racista do que ao autor da ofensa. O caso ocorreu no dia 4 de outubro nos minutos finais da partida entre Batel e Nacional, pela Copa FPF.

Segundo o zagueiro Paulo Vitor, do Nacional, o volante Diego Lima o chamou de “macaco” durante o jogo. Diego nega a acusação e afirma ter dito “malaco”, uma gíria para “malandro”. Após o episódio, PV reagiu com um cuspe e um soco, o que levou à interrupção da partida e à sua expulsão. Diego foi encaminhado ao hospital logo em seguida.

Na última terça-feira (21), o Tribunal decidiu, de forma unânime, suspender Diego por sete jogos e aplicar uma multa de R$ 2 mil pelo insulto racista. Já Paulo Vitor recebeu uma punição de 10 jogos de suspensão pela agressão. Apenas um dos auditores votou pela absolvição parcial do zagueiro, considerando o soco uma reação ao ato de racismo.

Sei que não é a melhor forma de lidar com isso. Não é o meu perfil”, defendeu-se PV quando interrogado.

Após o incidente, o Batel rescindiu o contrato de Diego, enquanto o Nacional informou que vai recorrer da decisão nas instâncias superiores da Justiça Desportiva. O caso também é investigado pela Polícia Civil do Paraná, já que o crime de injúria racial pode resultar em pena de até cinco anos de prisão.