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Jogar ao lado de Messi faz seleção correr em dobro para premiar o ídolo eterno

Os jogadores sabem que Messi deve estar em sua última apresentação de Mundial
Os jogadores sabem que Messi deve estar em sua última apresentação de MundialAFP
Muito já se ouviu (e viu) de como jogadores correm por treinadores, tamanha empatia e reciprocidade criada entre as partes. Mas atletas correrem por companheiros de time é algo mais raro e uma situação excepcional precisa acontecer para que estejamos diante deste fato.

Na final da Copa do Mundo entre Argentina e França, no próximo domingo, às 12h (horário de Brasília), poderemos desfrutar de um dos poucos casos em que um elenco inteiro faz questão de correr e se doar por um membro fundamental do grupo. O motivo é mais do que nobre e beneficia a todos os envolvidos, dentro e fora do campo. 

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Os jogadores da Argentina sabem o que esta Copa representa para o capitão Lionel Messi. Com 35 anos, o jogador do PSG está nos minutos derradeiros de sua participação em Mundiais, que começou em 2006 e se encerra em 2022 com cinco Copas nas costas. 

Até agora, nenhum título do Mundial, gosto amargo que tem tudo para se transformar em um doce sabor com a conquista mais desejada por Messi e também por seus companheiros, cientes de que alguém com seu status de lenda e ídolo merece colocar a Copa em sua galeria e currículo. Um Mundial na prateleira da sala de Lionel diminuiria em boa parte as comparações com Diego Armando Maradona, outro ídolo eterno do futebol argentino. 

Gana extra dos colegas de Messi fica explícita em campo
Gana extra dos colegas de Messi fica explícita em campoAFP

Ídolo ao lado

Mais do que saber a representatividade de um Mundial para Messi, os jogadores têm essa gana extra por serem fãs de quem hoje é seu companheiro dentro de campo, podendo serví-lo (ou serem servidos) com passes precisos e assistências. 

"É uma questão de geração. Quando Messi jogou seu primeiro Mundial em 2006, muitos dos jogadores do atual elenco eram crianças ou pré-adolescentes. Ele é uma figura descomunal e deslumbrante para quem sempre sonhou em ser um jogador de futebol profissional. Ter Messi ao lado na seleção foi um processo de florescimento", destaca Ariel Scher, jornalista da rádio 750 AM de Buenos Aires. 

Um dos jogadores mais importantes do elenco argentino, o volante De Paul chegou a dizer que o elenco joga com confiança e convicção para fazer a alegria de Messi. "Isso se percebe claramente dentro de campo, é um plano explícito para concretizar o que foi um sonho para muitos dos que estão ao lado de Lionel hoje. Agora, eles vão atrás de um novo sonho: a Copa", projeta Ariel. 

De Paul afirmou que grupo joga para ver a alegria no rosto de Lionel
De Paul afirmou que grupo joga para ver a alegria no rosto de LionelAFP

Sentimento compartilhado pela futura geração

Os jogadores sabem que Messi deve estar em sua última apresentação de Mundial. Mais do que dar o título de campeão do mundo a um jogador de um nível que não costuma aparecer com frequência, os jogadores querem ganhar a Copa também por eles, cientes que fazem parte de uma geração que já rende frutos, mesmo que não seja criado um novo "monstro" como o jogador do PSG. 

"Nesta Copa, ficou claro que a Argentina será um grande time quando Messi se aposentar. Até agora isso era desconhecido. Enzo Fernández, Julián Álvarez e Alexis Allister estarão muito melhores daqui a quatro anos, isso somente para dar três exemplos. Messi é o destaque, assim como Pelé, Cruyff, Maradona. Em todos os casos houve sucessos após suas eras. E aqui será o mesmo. Embora não seja o mesmo. Vai demorar muito até vermos alguém como Messi novamente", analisa o jornalista Pablo Lisotto, do jornal "La Nación", referência na mídia argentina.