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Juíza do caso Maradona é proibida de ocupar cargos judiciais por colaborar com documentário

Makintach participou de documentário sobre morte de Maradona
Makintach participou de documentário sobre morte de MaradonaDemian AldayEstevez / EPA / Profimedia

A juíza Julieta Makintach, responsável pelo processo da morte do ídolo do futebol argentino Diego Maradona, foi afastada do cargo e proibida de ocupar qualquer posição judicial por colaborar secretamente com uma série de televisão sobre o caso.

A decisão de afastamento da juíza foi tomada por unanimidade por um painel especial de juízes, advogados e legisladores da província de Buenos Aires, com Julieta Makintach ausente da breve audiência em que o veredicto foi anunciado.

Em maio, Makintach, uma das três juízas que presidiam o julgamento de eventual negligência por parte de sete profissionais de saúde na morte de Maradona em 2020, foi afastada do caso após ser revelado que tinha participado na produção de uma minissérie documental sobre o julgamento, na qual a própria atuou.

Na sequência, o julgamento em San Isidro (norte de Buenos Aires) foi cancelado a pedido de várias partes, após dois meses e meio de audiências e o depoimento de mais de 40 testemunhas. Um novo julgamento do caso Maradona foi recentemente marcado para 17 de março de 2026, com um novo painel de juízes.

O cancelamento do julgamento do processo, que cativou a Argentina entre março a maio, causou indignação, especialmente na família do lendário jogador. A ex-companheira de Diego Maradona, Verônica Ojeda, e o filho do casal, Dieguito, abraçaram-se emocionados ao ouvirem o veredicto.

Acusações contra Makintach

O júri especial em La Plata considerou Julieta Makintach culpada, entre outros crimes, de negligência, incumprimento do dever, divulgação de segredos de justiça e abuso de poder.

"Ela mentiu, manipulou, foi parcial, abusou do poder que lhe foi conferido pelo cargo de juíza, usando recursos do Estado para promover um projeto em benefício próprio e em detrimento da justiça", afirmou a promotora Analia Duarte sobre a magistrada.

Sete profissionais de saúde são acusados de homicídio simples doloso na morte de Maradona, crime com pena entre de oito até 25 anos de prisão.

O julgamento começou em 11 de março e deveria durar até julho, tendo quase 120 testemunhas esperadas nas audiências, sendo que os réus negam responsabilidades pela morte do campeão mundial pela Argentina em 1986.

Ex-Boca Juniors, Barcelona e Napoli, entre outros clubes, Diego Maradona morreu aos 60 anos, em novembro de 2020, vítima de uma crise cardiorrespiratória, em uma cama médica de sua residência privada em Tigre, no norte de Buenos Aires, onde se recuperava de uma neurocirurgia a um hematoma na cabeça.