"Estou mirando no top 20 e estou trabalhando e me preparando para alcançar esse objetivo. Acho que não é impossível", disse à AFP a jovem de 21 anos no domingo (15), antes de sua estreia no Aberto da Austrália.
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Para isso, Osorio, que chegou ao 33º lugar no WTA em abril, contratou um novo técnico em dezembro, o espanhol Albert Costa, vencedor de Roland Garros, com quem vem se preparando nas últimas semanas em Barcelona.
"Estou muito contente com esta decisão, precisava de uma mudança, de ar fresco. Estava treinando em casa, em Cúcuta, mas não tinha muitas coisas. Isto é completamente diferente, é toda uma equipe de grandes profissionais", disse.
Nessas, semanas trabalharam-se os “ajustes técnicos”, mas também o físico, a nutrição e o preparo psicológico. "Precisava um pouco disso, porque estava muito focada no tênis, mas estava deixando de lado outras questões que sempre somam no final", afirmou.
Depois da entrada triunfal no circuito em 2021, com vitórias importantes e uma terceira rodada em Wimbledon, Osorio viveu um 2022 de "aprendizagem" e várias lesões. "Era meu segundo ano como profissional e tinha tantas coisas na cabeça, tantas expectativas, que no final não me ajudaram a aproveitar e fazer o que sei fazer", disse a colombiana, que está em 82º no ranking da WTA.
Além disso, “quando você tem tantas lesões, tanto desconforto, quando passa por aquela fase de recuperação e consegue competir, não tem a mesma confiança para correr ou pular”.
"É possível"
A colombiana decidiu desistir do primeiro torneio da temporada em Hobart devido a um desconforto físico, mas garante estar bem para se estrear na segunda-feira, em Melbourne, frente à húngara Panna Udvardy, contra quem soma duas vitórias em dois jogos.
"Quando você vai entrar em quadra é o momento que conta, não o 'eu já joguei com ela, eu já venci'. Vou entrar com a mesma intensidade como se estivesse jogando com Naomi Osaka", disse.
Se vencer, provavelmente cruzará com a polonesa Iga Swiatek, número 1 do mundo, da mesma idade e vencedora de três Grand Slams. Natural de um país sem grande tradição no tênis, assim como Swiatek, Osorio mudou-se ainda criança para os Estados Unidos "para continuar crescendo e avançando" na carreira.
“É muito difícil para um latino-americano chegar ao circuito WTA. Agora tem mais torneios, mas antes não tinha. Você tinha que viajar e era difícil marcar pontos”, afirmou. "Além disso, os latino-americanos costumam colocar um limite: 'não pode ser, não dá para chegar lá'."
Nesse sentido, destaca-se o papel da compatriota Fabiola Zuluaga, considerada a melhor tenista da história do país, ex-número 16 do mundo e semifinalista na Austrália em 2004.
"É de se admirar tudo que a Fabiola fez. Ela abriu caminho para todos os tenistas que passaram pelo caminho porque ninguém sabia que você poderia chegar lá. Quando um colombiano, de Cúcuta, chega à semifinal, você vê que é possível", disse.