Já Rafaela Silva tem motivos de sobra pra comemorar. Depois de ficar suspensa por dois anos, período em que ficou de fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ela já tinha medalhado em dois Grand Slams (prata na Hungria e bronze na Geórgia), mas faltava um resultado de expressão em uma das principais competições do planeta. Foi com um waza-ari nos segundos finais que ela pôde mostrar seu potencial mesmo começando o torneio sem ser uma das favoritas.
Agora, Rafaela vai ocupar a sexta posição no ranking mundial, voltando a se colocar entre as tops do mundo e começando a busca por recuperar o tempo perdido. Jéssica Lima lutou na mesma categoria de Rafaela, mas parou nas oitavas de final contra a adversária japonesa, que seria a oponente de Silva na decisão.
O caminho de Rafaela começou com duas vitórias por ippon. Em seguida, triunfo sobre a ucraniana Daria Bilodid, bronze na Olimpíada de Tóquio e duas vezes campeã mundial, nas quartas de final, antes de superar a israelense Timma Nelson-Levy, atual campeã europeia, com um ippon, com apenas 40 segundos de luta diante da líder do ranking. Rafaela colocou nova medalha em Mundiais no currículo, fazendo companhia à prata de 2011, em Paris e ao ouro de 2013, dentro de casa, no Rio de Janeiro.
Nova categoria para Cargnin
O evento trazia um desafio extra para Cargnin, medalhista olímpico em Tóquio. Este foi o seu primeiro Mundial em nova categoria, com o brasileiro mostrando já estar adaptado ao peso leve. As duas primeiras lutas vieram por ippon, a segunda delas sobre o vice-campeão olímpico Rustam Orujov. Um novo ippon veio na luta seguinte.
Nas quartas de final, duas punições fizeram o brasileiro ir pra cima do atual número 5 do mundo, Tohar Butbul. Foi nesta tentativa de avanço que Cargnin acabou superado. Na repescagem, triunfo sobre atual campeão mundial e vice-olímpico, Lasha Shavdatuashvili, da Geórgia, para ir com tudo para a disputa de bronze, quando enfrentou Manuel Lombardo.