Bia ocupa, atualmente, a 12ª posição, melhor posição de uma brasileira desde Maria Esther Bueno, que foi líder do ranking em 1959, 1964 e 1966. Esta colocação é a melhor de uma brasileira na história da modalidade desde 1975, quando começou a valer a pontuação para o ranking da WTA. Bueno segue sendo o maior nome do Brasil na modalidade, somando 19 Grand Slams (sete de simples, 11 de duplas e um em duplas mistas), entre 1950 e início dos anos 1970.
Desde então, nenhuma outra representante do país conseguiu fazer tanto pelo esporte, dentro das quatro linhas, como Bia. Entre os feitos da atleta, estão vitórias sobre a polonesa líder do ranking Iga Swiatek, em 2022, além de triunfos sobre atletas top 10 do mundo.
Em 15 confrontos contra adversárias presentes nesta lista, ela soma sete vitórias e oito derrotas. Destas sete vitórias, seis vieram de forma consecutiva, com a primeira acontecendo em 2019, para ratificar a melhor fase da carreira, que vive em 2023.
Em 2022, na campanha que a fez chegar aos títulos em Nottingham e Birmingham, Bia somou 11 vitórias seguidas na grama, conseguindo a maior sequência desde o recorde de 20 triunfos seguidos de Serena Williams em 2018. A dupla conquista em grama fez Bia se igualar a Maria Esther Bueno, vencendo, em sequência, dois torneios do circuito internacional.
Na última edição do torneio de Wimbledon, a brasileira começou a competição como uma das cabeças-de-chave, situação incomum para uma representante feminina do tênis nacional.
Os resultados expressivos de Bia poderiam ter acontecido antes ou terem sido ainda maiores se não fosse por pausas forçadas por lesões e cirurgias, que a deixaram afastada das atividades por períodos importantes. O próximo torneio de Bia Haddad será o WTA 1000 de Indian Wells, nos Estados Unidos, em março.
Bem acompanhada
Bia não tem se destacado de forma solitária. Luisa Stefani também tem enchido de orgulho quem acompanha sua trajetória e os últimos resultados das duplas. Em 2022, Stefani chegou a ser 9ª do ranking, quando uma lesão interrompeu sua boa fase, a jogando para abaixo das 700 do mundo.
Sua última conquista, o WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, a fez chegar à 30ª colocação, mostrando a guinada que deu na carreira. O título a fez somar sequência de 19 vitórias, contando compromissos em duplas mistas e também pela United Cup.
A medalhista de bronze nas Olimpíadas de Tóquio, ao lado de Laura Pigossi, chegou, em 2023, ao seu terceiro troféu, comprovando que o novo ano também tem sido extremamente positivo. O primeiro deles veio no Australian Open, ao lado do também brasileiro Rafa Matos, nas duplas mistas.
Se não fosse por Bia e Luisa, o Brasil seguiria "refém" dos resultados não tão recentes dos duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo. Enquanto Bruno se aposentou no final do ano passado, Marcelo não lidera mais o ranking de duplas, fazendo o Brasil sentir falta de títulos e resultados positivos em sequência.
O tênis brasileiro, apesar dos feitos de homens e mulheres, segue sendo uma modalidade que, infelizmente, não aproveita o "boom" de resultados e conquistas para se tornar mais popular e acessível. Se isso não aconteceu com Kuerten, o que será agora com outros, que fazem muito, mas não como o "manezinho da ilha", tricampeão de Roland Garros.