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Relembre os principais casos de doping nos últimos 20 anos do tênis mundial

Sinner foi um dos casos recentes envolvendo doping no mundo do tênis
Sinner foi um dos casos recentes envolvendo doping no mundo do tênisDAVID GRAY - AFP / SID
Antes do número um do mundo Jannik Sinner, suspenso por três meses em 2025 após testar positivo para um anabolizante (clostebol), o tênis mundial foi marcado por vários casos de doping nos últimos 20 anos. Confira abaixo alguns deles:

Mariano Puerta: punição para reincidentes

Criticado pela falta de legislações, o tênis profissional aderiu ao código da Agência Mundial Antidoping (WADA) em 2004. Um ano depois, o argentino Mariano Puerta foi o primeiro a arcar com as consequências.

Já suspenso por nove meses por tomar um anabolizante em 2003, o craque das quadras de saibro, que chegou ao Top 10, caiu na final de Roland Garros 2005 contra Rafael Nadal. Algumas semanas depois, a imprensa anunciou que o tenista havia testado positivo novamente, para etilefrina, um estimulante, no final daquela partida.

“Não tenho nada a ver com isso”, disse Puerta, que afirmou estar gripado.

A punição da Federação Internacional (ITF), de acordo com o código da WADA, em caso de reincidência, é severa: oito anos. A suspensão pode ser reduzida com recurso para dois anos pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS). O argentino nunca mais voltou ao Top 100, e, em 2020, admitiu ter mentido para ser absolvido.

Martina Hingis: aposentadoria precoce

A jogadora suíça, que estreou em 1994, aos 14 anos, já tinha um histórico quando testou positivo para cocaína em Wimbledon, em 2007. A ex-número um do mundo alegou ser “100% inocente”, mas, pouco tempo depois, anunciou a aposentadoria.

Pela segunda vez, aos 27 anos de idade e ainda classificada entre as 20 melhores, Hingis se despediu das quadras com dor crônica no quadril. Suspensa por dois anos pela ITF, a pentacampeã de Grand Slam fez um único último retorno em 2013, aos 33 anos, apenas em duplas.

Viktor Troicki: versão em dúvida

O sérvio já havia alcançado o número 12 do mundo e vencido a Copa Davis com Novak Djokovic, quando foi acusado de se recusar a fazer um exame de sangue e de urina durante a edição de 2013 de Monte Carlo. O tenista de 28 anos negou o relato do agente da ITF, mas foi suspenso por 18 meses por um tribunal independente.

A punição de Troicki foi reduzida para um ano, mesmo privando-o de uma final da Copa Davis. O caso do sérvio causou tensões no topo do tênis mundial. Enquanto Djokovic ficou furioso, Roger Federer considerou a punição legítima. Troicki continuou ativo até 2021, e conquistou mais dois títulos, ambos em Sydney (2015 e 2016).

Marin Cilic: o proclamado “negligente”

No mesmo ano de 2013, que viu a introdução do passaporte biológico, o croata Cilic também testou positivo para um estimulante, a nicetamida, durante um torneio em Munique, em abril.

O caso estourou no meio do ano e o jogador de 24 anos recebeu uma suspensão de nove meses, pois a ITF afirmou que foi uma “resultado da ingestão de comprimidos de glicose Coramine”.

Embora o gigante croata tenha reconhecido a culpa, recorreu e a pena foi reduzida para quatro meses pelo CAS. Cilic venceu o US Open no ano seguinte e chegou a ser o número 3 do mundo em 2018.

Sharapova: a rainha no centro das atenções

Ex-número 1 do mundo, pentacampeã de Grand Slam, a russa ainda era uma das rainhas do circuito quando testou positivo para meldonium, uma substância que aumenta a vascularização do músculo cardíaco, no início de 2016.

A estrela de 29 anos admitiu ter tomado meldonium, sob prescrição médica, para combater “uma deficiência de magnésio, uma arritmia cardíaca e casos de diabetes” da família. Um júri independente suspendeu Sharapova por dois anos, metade do que teria sido aplicado se tivesse sido provado que a tenista pretendia melhorar o desempenho. 

A medida foi reduzida para 15 meses, por uma consideração de que a russa agia de boa-fé. Sharapova ganhou apenas um título após o retorno, em 2017, e se aposentou em 2020.

Simona Halep: uma carreira estagnada

Vencedora de Roland-Garros 2018 e Wimbledon 2019, a romena, também ex-número 1 do mundo, testou positivo para roxadustat (uma molécula próxima à EPO) no US Open 2022.

Suspensa provisoriamente, Halep alegou “contaminação”, mas em maio de 2023, a tenista foi acusada de “irregularidades” no passaporte biológico pela ITIA, o novo órgão antidoping do tênis.

Em setembro de 2023, as duas infrações renderam uma suspensão de quatro anos, sanção reduzida para nove meses em março de 2024 pelo CAS, que adotou a tese de um “suplemento alimentar contaminado”. Halep voltou aos tribunais, sem sucesso, e se aposentou.

Iga Swiatek: suspensão oculta

Dominante no tênis feminino, a polonesa de 23 anos encerrou a segunda metade de 2024 de forma desanimadora. Swiatek participava de uma miniturnê asiática, quando a ITIA anunciou que havia sido suspensa por um mês após um teste positivo para trimetazidina (MTZ), em agosto.

O órgão especifica que aceita a hipótese de contaminação de um medicamento com melatonina para jet lag. Alguns denunciam a falta de transparência ou até mesmo uma medida leve. Em janeiro, a WADA anunciou que não entraria com recurso, apoiando a tese de contaminação acidental.