Nesta décima edição do torneio global, a América do Sul tem três participantes pela primeira vez (Argentina, Uruguai e Chile), o que deve ser um impulso para o rugby na região.
Enquanto os argentinos Los Pumas já são uma potência mundial nessa modalidade e os uruguaios Los Teros já são experientes nesse campo, os chilenos são estreantes e, como tal, não têm nada a perder na França.

No Grupo D, com Inglaterra e Argentina fora de alcance, os chilenos esperam pelo menos uma vitória e terão duas oportunidades para isso, contra Japão e Samoa.
A primeira delas acontece logo no início, no domingo, contra a equipe asiática, que participou de todas as Copas do Mundo, embora, com exceção da que sediou em casa (2019), nunca tenha passado da fase de grupos.
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Pra entrar na história
Apesar da inexperiência e da falta de pressão por resultados, os chilenos esperam deixar sua marca na França e têm um ponto forte: "Somos um grupo de amigos, acima de tudo. Estamos trabalhando juntos há muito tempo.
"A grande maioria de nós se conhece desde muito jovem e muitos de nós jogam no mesmo time. Esse é o nosso ponto forte: a união", disse o lateral Iñaki Ayarza, do Angoulême (segunda divisão francesa), um dos poucos jogadores convocados que atua fora do seu país.

Outros são o defensor Matias Dittus (Périgueux, terceira divisão francesa) e o capitão e terceiro jogador de linha Martin Sigren (Doncaster), que joga na Inglaterra. Os demais jogam no Selknam, a franquia chilena que disputa o Super Rugby das Américas.
Além desses três "estrangeiros", destaca-se também o meio-campista Rodrigo Fernandez, autor do try considerado o melhor try de 2022 pela World Rugby, realizado contra os Estados Unidos em uma partida classificatória para a Copa do Mundo.
A quarta participação de Lemoine
Certamente, o membro mais conhecido de Los Condores no exterior e, sem dúvida, o mais experiente de todos, é o técnico, o uruguaio Pablo Lemoine. Ele participará de sua quarta Copa do Mundo, depois de fazê-lo em 1999 e 2003 como jogador e em 2015 como técnico, sempre com seu país.
"Participar de uma Copa do Mundo de Rugby é a cereja do bolo de qualquer carreira (...) Estou na minha quarta Copa do Mundo e vou aproveitá-la como se fosse a primeira", disse o técnico antecipadamente, embora tenha admitido que sua equipe é a Cinderela do torneio.
"O rugby é um mundo muito fechado e ninguém pode tirar o apelido de "novo" (...) Chegar à Copa do Mundo já é uma conquista", explicou o treinador, o arquiteto da histórica classificação do Chile e cujo principal objetivo é fazer do rugby "o segundo esporte no Chile" depois do futebol, em uma recente entrevista à AFP.

Adversário
Em oposição ao entusiasmo do Chile, estará a experiência do Japão. Apesar de não ter vencido nenhuma partida em 2023, o Japão é um participante assíduo da Copa do Mundo e, apesar de não enfrentar adversários sul-americanos com frequência, no ano passado venceu as duas partidas contra o Uruguai.
Nove dos 15 titulares do Japão contra o Chile já estavam presentes em 2019 e o ex-capitão Michael Leitch participará de sua quarta Copa do Mundo.
O técnico Jamie Joseph, que não contará com Pieter Labuschagne por suspensão para essa partida, surpreendeu ao escalar Rikiya Matsuda na posição estratégica de abertura.

Apesar da suposta superioridade do Japão, os asiáticos estão desconfiados de que os chilenos jogarão a partida "como se fosse uma final", de acordo com o capitão Kazuki Himeno, que é dúvida para a partida depois de não treinar no sábado devido a um problema físico.
"Acho que eles devem estar fortes mentalmente, mas precisamos nos impor, pois eles também são muito fortes quando se trata de atacar e têm isso como uma arma. Primeiro precisamos nos neutralizar e, quando fizermos isso, tentaremos mostrar nossos pontos fortes", acrescentou.