Sabalenka se manifestou sobre o tema em uma entrevista para Piers Morgan, um dos mais polêmicos comunicadores do Reino Unido.
"Essa é uma pergunta complicada. Não tenho nada contra eles", disse a bielorrussa quanto Morgan a indagou sobre competir com tenistas transgêneros. "Mas sinto que ainda existe uma grande vantagem sobre as mulheres e acho que não é justo para as mulheres enfrentarem basicamente homens biológicos."
Aryna participava do programa para promover sua "Batalha dos Sexos" contra o australiano Nick Kyrgios – jogo de exibição que acontece em 28 de dezembro em Dubai.
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"Não é justo. A mulher trabalhou a vida inteira para chegar ao seu limite e depois precisa enfrentar um homem, que biologicamente é muito mais forte, então, para mim, não concordo com esse tipo de coisa no esporte", afirmou ela.
Sabalenka também respondeu a acusações falsas de que teria mais testosterona que as demais tenistas. As acusações atribuídas à ucrananiana Marta Kostyuk são fake news, mas o entrevistador a tratou como verdadeiras.
Há tenistas transgênero na WTA?
Não há tenistas transgêneros competindo no tênis profissional. O único exemplo vem da década de 1970.
A tenista transgênero Renee Richards competiu no circuito profissional feminino de 1977 a 1981, antes de treinar a lenda do tênis e ativista dos direitos LGBTQIA+ Martina Navratilova.
Navratilova, campeã de 18 Grand Slams em simples, tem sido uma crítica ferrenha da inclusão de atletas transgêneros no esporte feminino.
Outros, como Billie Jean King – campeã de 12 Grand Slams em simples e vencedora da "batalha dos sexos" original em 1973 – veem a exclusão de transgêneros como discriminação.
O que diz a regra da WTA?
A Política de Participação de Gênero do WTA Tour atualmente permite que mulheres transgênero participem se tiverem declarado seu gênero como feminino por no mínimo quatro anos, reduzido os níveis de testosterona e concordado com os procedimentos de testagem.
Essas condições podem ser ajustadas pelos médicos da WTA caso a caso.
Em 2024, a Lawn Tennis Association da Grã-Bretanha atualizou suas regras para proibir mulheres transgênero de competirem em competições femininas nacionais e interclubes.
Nos últimos dois anos, várias federações esportivas lançaram seus próprios estudos ou mudaram regras para proibir qualquer pessoa que tenha passado pela puberdade masculina de competir na categoria feminina em nível de elite.
Grupos de defesa dos direitos trans afirmam que excluir atletas trans equivale a discriminação. Já críticos da inclusão de transgêneros no esporte feminino dizem que passar pela puberdade masculina confere aos atletas uma grande vantagem musculoesquelética que a transição não elimina.
