Anna Clara tem mãe brasileira e padrasto norueguês e se mudou para o país europeu em 2009, aos oito anos de idade. Por influência do marido da mãe, ela começou a praticar a modalidade que é uma potência em solo norueguês.
Os vários anos de prática a fizeram mostrar seu talento e ganhar espaço dentro da seleção que está disputando os Jogos Sul-Americanos. A competição vai até o dia 15 de outubro em Assunção, no Paraguai.
“Eu entrei em contato com a confederação e falei que tinha uma filha brasileira que jogava handebol e morava na Noruega comigo. Depois de um tempo, chegou uma mensagem do treinador me pedindo para enviar uns vídeos de jogos dela.
"Tomei essa iniciativa porque seria difícil a seleção brasileira saber quem a Anna Clara era, já que ela usa o sobrenome norueguês do padrasto”, contou Aldenora. A brasileira usa o nome Fjellheim nas costas na liga local defendendo o Gjerpen HK Skien.
Anna, aos 16 anos, foi contratada para atuar na segunda divisão do país, antes de conseguir se transferir de clube. Paciente, ela soube superar os desafios de clima, cultura e língua diferentes.
"Ela é uma canhota muito talentosa, de técnica bem apurada. Estamos acompanhando seu desenvolvimento, foi muito legal descobrí-la desse jeito", conta o técnico Cristiano Rocha.
Surpresa
A mãe de Anna Clara se lembra da filha ter se surpreendido quando recebeu a informação de que seus vídeos tinham sido enviados para a confederação brasileira. "Ela pensou que era brincadeira", diverte-se.
O convite oficial veio no Reveillón."Fiquei chocada, sempre sonhei em defender o Brasil, mas não imaginava que ia acontecer dessa forma", admite a jogadora, que foi observada de perto durante treinos em Portugal, no começo do ano.