O duelo entre mulher e homem na quadra ainda fascina o público. Por isso, o confronto entre Aryna Sabalenka e Nick Kyrgios, que acontece neste domingo (28), deve atrair muitos telespectadores. Ainda assim, muita gente no mundo do tênis se pergunta qual é o real propósito desse evento.
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O aprendizado desse duelo deve ser limitado. E a escolha dos adversários também levanta dúvidas. O ex-tenista Boris Becker comentou recentemente no podcast Becker Petkovic que até acha o evento "basicamente bom", mas questionou: "Por que Nick Kyrgios? Por que não escolher alguém que esteja jogando ativamente no circuito?"
A escolha provavelmente tem relação com o fato de ambos serem representados pela mesma agência. Mas, para Becker, o tênis feminino "só tem a perder" com esse tipo de confronto. Vale lembrar que o maior tenista alemão de todos os tempos talvez não seja totalmente imparcial, já que em 2023 teve uma discussão pública nas redes sociais com Kyrgios. O australiano, aliás, pretende voltar ao circuito no próximo ano.
A ex-top 10 Andrea Petkovic também classificou o evento como uma "situação em que todos perdem". Segundo a alemã de 38 anos, se Sabalenka perder, "vai aparecer gente dizendo: 'olha só, ela não consegue nem ganhar do Kyrgios, que está velho, lesionado e nem joga mais'".
O excêntrico finalista de Wimbledon em 2022 está longe de sua melhor fase. Kyrgios vem sofrendo com lesões há muito tempo e, nos últimos três anos, venceu apenas uma partida no circuito – em março, no Masters de Miami. Ele vai terminar 2025 como o número 671 do ranking mundial.
Kyrgios promete dar tudo de si
Além disso, a área de quadra de Sabalenka será nove por cento menor do que a de Kyrgios. Ambos também não terão direito ao segundo saque na partida disputada em melhor de três sets. Nada disso, porém, impede Kyrgios – que já demonstrou atitudes pouco amistosas em relação às mulheres – de se colocar como favorito antes do duelo.
"Ela não vai me vencer. Você acha mesmo que eu preciso jogar 100 por cento?", disse ele no podcast do colega Alexander Bublik. "Estou totalmente focado, porque estou representando os homens", disse.
Sabalenka também está confiante. "Vou entrar em quadra e dar tudo para vencê-lo", afirmou. Ela ainda completou: "Tenho enorme respeito por Billie Jean King e por tudo o que ela fez pelo tênis feminino", afirma.
Quem vence a próxima edição?
Billie Jean King, ícone do esporte feminino, é até hoje a única mulher que conseguiu vencer um duelo desse tipo. A "Batalha dos Sexos" já aconteceu quatro vezes.
Duas vezes em 1973: primeiro, o então veterano Bobby Riggs, de 55 anos, venceu Margaret Court, que hoje é recordista de títulos de Grand Slam, e, meses depois, perdeu para King. Em 1992, o americano Jimmy Connors derrotou Martina Navratilova em dois sets. E há ainda um capítulo lendário, mas pouco lembrado: quando Karsten Braasch superou as irmãs Williams.